A BIBLIA, A ESPADA DO ESPIRITO

A Bíblia, a Palavra de Deus, a Espada do Espírito!
Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:17)

Os sacerdotes devem ensinar a verdade a meu respeito, e todos devem pedir conselho a eles para saber o que é direito, pois os sacerdotes são os mensageiros do Senhor Todo Poderoso. (Ml 2:7 - NTLH)


A palavra ensino é derivada do hebraico towrah, ou Torah, Torá, תּוֹרָה que significa lei, orientação, instrução. Em Malaquias 2:7, ensino refere-se a um conjunto de orientações ou instruções dadas por Deus aos sacerdotes. O sacerdócio não é um trabalho, mas um chamado divino. Hoje, essa função importantíssima é exercida pelos pastores. O pastor cristão, para realizar essa tarefa santa com fidelidade, precisa ter uma experiência real de salvação pela fé em Cristo, um chamado ministerial real de Cristo, um amor genuíno e um conhecimento profundo da palavra de Deus. A verdadeira instrução sai da boca do sacerdote fiel a Deus. A Bíblia revela que Esdras “ensinou fielmente a lei de Moisés durante a Festa dos Tabernáculos no outono, de acordo com as determinações deuteronômicas (Dt 31.9-11; Ed 8.1). Como Esdras, há muitos exemplos na Bíblia. Todavia, nem sempre é assim. Houve muitos sacerdotes infiéis a Deus, que ensinaram mentiras por dinheiro, conforme declara Miquéias: Os seus cabeças dão a sentença por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro (3:11). Para combater esse abominável pecado, Malaquias 2:7 nos oferece as seguintes instruções:

Os sacerdotes devem ensinar a verdade

O sacerdote tem o dever de ensinar a palavra de Deus ao povo adequadamente. Malaquias denunciou o relaxo dos sacerdotes de seu tempo, que estavam ensinando perversidade, que profanavam a lei do Senhor em palavras e atos, e assim, roubavam do povo a esperança em Deus. “Eram anjos (mensageiros) de Deus e de Sua luz, mas tornaram-se agentes da escuridão” Tais sacerdotes perverteram “o conhecimento da lei, transformando o positivo em negativo, e o negativo em positivo. Cf. Lev. 10.10,11; Deu.24.8; Jer.18.18”. Perderam o temor e a reverência a Deus (cf. Ml 1:10-16). A Bíblia declara que todos os salvos são sacerdotes (Ap 1:6, 5:10), todavia, o pastor é o sacerdote maior. É por ele que o povo conhece os ensinos divinos. Para tanto, além de orar e jejuar, o pastor precisa estudar e examinar acuradamente a palavra de Deus, pois não pode dizer qualquer coisa “em nome do Senhor”. Ele tem que conhecer bem a verdade para poder ensiná-la ao povo. E mais: antes de ensinar a verdade de Deus, ele tem que internalizá-la, ter experiência com ela, caso contrário, o povo perceberá que tal ensino lhe é estranho, desconhecido, e, portanto, sua instrução é incoerente e ineficaz. Há de ser diferente! De seus lábios deve fluir a verdade divina (Dt 17:9-11).

Todos devem pedir conselhos a eles

Para ensinar em Israel, o sacerdote tinha que conhecer a lei (Dt 33:8-10). Se o sacerdote não sabe a Palavra, o povo se perde (Os 4:6). Mas, se ele conhece a lei do Senhor e a explica com clareza, o povo aprende a obedecer a Deus (II Cr 17:7-10; Ne 8:7-11). “Malaquias concede ao sacerdote o papel de conselheiro, procurado por pessoas que precisam de orientação em situações especiais, e para isso era essencial ter uma experiência pessoal com Deus e conhecimento da sua lei.”. O sacerdote é procurado porque é um mensageiro de Deus, e como tal, tem sempre uma orientação divina a dar. Ao ser procurado, o pastor não pode negligenciar a palavra de Deus e a verdade de Deus. Deve estar com ela na “ponta da língua”. Não deve ter medo de se “queimar”, de se “desgastar”. Há de proferi-la com educação, com sabedoria, com respeito, mas, sobretudo, com firmeza e convicção. A Palavra é a única chance de cura da ovelha. E o pastor a tem dentro de si, pois vive na presença de Deus. É seu dever ensinar! De seus lábios, em vez de iniqüidade, sai à palavra de Deus. A ovelha ouve, se edifica e se alegra. Assim fizeram Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram. (At 15:32)

Para saber o que é direito

Toda a pregação de Malaquias pode ser considerada como uma mensagem forte, grave e contundente. Ocorre que o profeta sabe que o povo perdeu a noção do que é certo e reto, a nação israelita está em franca desobediência e ainda pergunta a Deus em que o desobedece, o aborrece, o rouba. Um cinismo tomou conta do povo eleito. Como isso pôde acontecer? Os sacerdotes se tornaram desonestos no ensino e na prática da lei de Moisés, destruíram “a aliança divina com Levi” e por isso, “o povo transgredia mais generalizadamente através do casamento com pagãos, abandonando suas esposas para poderem se casar novamente”. Malaquias afirma que o povo de Deus só sabe o que é certo quando os sacerdotes são fiéis. Estes foram designados para apresentar o conhecimento e a vontade de Deus. Que honra! É por isso que o profeta declara: da sua boca devem os homens procurar a instrução. Apesar do fracasso da maioria dos docentes (professores), o povo não deveria deixar de buscar o conhecimento divino, pois sempre há verdadeiros e fiéis sacerdotes no meio dos falsos. Haverá sempre aqueles que andam com Deus (Gn 5:22,24; 6:9). E quando o povo encontra um fiel pastor, até mesmo os murmuradores hão de aceitar [a] instrução. (Is 29:24)

Os sacerdotes são mensageiros De Deus

Quando a desobediência e o mau exemplo vêm de cima, isto é, da liderança, o povo perde a referência espiritual e se perde. Com o tempo, aqueles que foram separados para ensinar a sabedoria e a vontade de Deus, deixam de ser vistos como homens de Deus e passam a ser percebidos como pessoas comuns, mercenarios. Em alguns casos, até inferiores a líderes seculares. Ao ver esse declínio do sacerdócio em Israel, Malaquias profetizou afirmativamente:

“[O sacerdote] é mensageiro do Senhor dos Exércitos. E todos deveriam saber isto: a função principal do sacerdote é instruir conforme a lei moral que é fundamentada na verdade de Deus. O povo, porém, reconhece o sacerdote como legítimo mensageiro de Deus, muito mais pelo viver dele de acordo com a lei que ensina e por sua real comunhão com Deus. Isto quer dizer que o pastor de hoje deve viver a palavra e ter o Senhor Jesus Cristo como modelo de fé e conduta cristã. Jamais o povo deve confundir o pastor com um empresário, um profissional liberal, um funcionário público. Não! O pastor fiel é mensageiro divino, é transmissor do pacto eterno, e como Malaquias, é capaz de esquadrinhar “profundamente os problemas de hipocrisia, infidelidade, casamentos mistos, divórcio, falso culto e arrogância.”.

Pelo exposto acima, se vê que o quanto é importante o ensino verdadeiro das Escrituras Sagradas para o povo de Deus, o quanto é fundamental que aqueles que ensinam sejam fiéis a aliança feita por Deus com seu povo. Se o sacerdote for infiel, o povo o será. “Tal sacerdote, tal povo!” (Os 4:4 e 9). Por tudo isso, a função sacerdotal ou pastoral é incrivelmente influente, seja para o bem, seja para o mal. Se o sacerdote for infiel no ensino da palavra, o povo se perderá; se for fiel, o povo se achará e será salvo, pois o próprio Deus é quem falará e se revelará por intermédio do ministro.

PRATICANDO A PALAVRA DE DEUS

O conhecimento bíblico precisa ser guardado - Malaquias profetizou: Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento. Quantos sermões bíblicos você já ouviu? Quantas Lições Bíblicas já estudou? Quantas palestras bíblicas já escutou? Quantas vezes você já leu a Bíblia? Seguramente, o Espírito Santo tem ensinado a você os caminhos de Cristo. Você é um sacerdote (Ap. 1:6; 5:10). Quanto ensinamento já recebeu não é verdade? Nessa condição, é seu dever guardar esse conhecimento, ou seja, você deve praticá-lo, vivenciá-lo, aplicá-lo em sua vida diária. É pecado conhecer e não praticar (Tg 1:22-25). Guarde o ensino e seja um crente maduro, em nome de Jesus (Ef 4:11-14).

A orientação correta precisa ser oferecida - Malaquias profetizou: ... da sua boca devem os homens procurar a instrução. De fato, na boca do pastor fiel os salvos acham direção, caminho seguro. Depois de ter pregado muitos sermões bíblicos, depois de já ter ministrado muitas Lições Bíblicas, depois de já ter ensinado muitos temas espirituais, que balanço você faz? De sua boca, saiu mais ensino que conduzirá os fiéis à vida ou à morte? Lembre-se: é da língua dos mestres que saem os ensinos certos que levarão à obediência e às bênçãos ou os ensinos errados que conduzirão à desobediência e às maldições divinas (Tg 3:1-12; Dt 28). Portanto, se você prega, ensina ou ministra a palavra, faça-o com fidelidade e verdade (II Tm 2:5; Tt 1:1).

A mensagem divina precisa ser anunciada - Malaquias profetizou: ... porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos. Paulo costumava repetir: “Estou certo!” Ele tinha segurança no que cria e ensinava. Sabia de quem o tinha recebido. Era um mensageiro do Senhor! Como sofreu! Mas se dispôs. Atenção: a verdade de Cristo precisa ser anunciada. Mas como ouvirão, se não há quem pregue? (Rm 10:14). Você, que há muito tempo conhece a aliança eterna, por que se calou? Cansou de ensinar? Levante-se, em nome de Jesus! Disponha-se outra vez. Volte à docência. Você é um mensageiro do Senhor! Coloque a mensagem de novo em ação, ao alcance dos crentes, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28:20).

CONCLUSÃO

Está na hora de os verdadeiros sacerdotes, os verdadeiros pastores, os verdadeiros mestres, os verdadeiros professores do evangelho de Cristo entrarem em ação, tendo como arma a espada do Espírito, que é a palavra de Deus (Ef 6:17). A hora é agora! Os ouvintes estão sedentos e precisam receber a verdadeira instrução, os verdadeiros conselhos divinos, para que, finalmente, saibam viver de forma que agrade a Deus. A verdadeira guerra espiritual é esta: a luta da verdade contra a mentira. Cujo alicerce da verdade encontra-se numa das promessas mais robusta de Jesus: ... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8:32).

O QUE É UM LEVITA?

Muitas vezes os ministros de louvor e músicos evangélicos são chamados de "levitas". Tal costume não é muito antigo, mas parece que já está se tornando tradição. No Novo Testamento não temos referência a ministros de louvor nem a instrumentistas na igreja. Jesus disse que o Pai procura adoradores (João 4.24). O ensino apostólico, por sua vez, incentiva todos os cristãos a prestarem culto ao Senhor, com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef.5.18-20; Col. 3.16).

De onde então vem o conceito de "levita"? Tomamos por empréstimo de Israel e do Velho Testamento. Originalmente, "levita" significa descendente de Levi, que era um dos 12 filhos de Jacó. Os levitas começaram a se destacar entre as 12 tribos de Israel por ocasião do episódio do bezerro de ouro. Quando Moisés desceu do monte e viu o povo entregue à idolatria, encheu-se de ira e cobrou um posicionamento dos israelitas. Naquele momento, os descendentes de Levi se manifestaram para servirem somente ao Senhor (Êx.32.26). Daí em diante, os levitas se tornaram ministros de Deus. Dentre eles, alguns eram sacerdotes (família de Aarão) e os outros, seus auxiliares. Embora os sacerdotes fossem levitas, tornou-se habitual separar os dois grupos. Então, muitas das vezes em que se fala sobre os levitas no Velho Testamento, a referência se aplica aos ajudantes dos sacerdotes. Seu serviço era cuidar do tabernáculo e de seus utensílios, inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto (Núm. capítulos.3, 4, 8, 18).

Naquele tempo, os levitas não eram responsáveis pela música no tabernáculo. Afinal, não havia uma parte musical no culto estabelecido pela lei de Moisés, embora as orações e sacrifícios incluíssem o sentido de louvor, adoração e ações de graças.

Muito tempo depois, Davi inseriu a música como parte integrante do culto. Afinal, ele era músico e compositor desde a sua juventude (I Sm.16.23). Então, atribuiu a alguns levitas a responsabilidade musical. Em I Crônicas (9.14-33; 23.1-32; 25.1-7), vemos diversas atribuições dos levitas. Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e também cantores e instrumentistas (II Crônicas 5.13; 34.12).

Considerando o paralelo existente entre Israel e a igreja de Jesus Cristo, podemos até utilizar o nome "levita", embora não sejamos descendentes de Levi. Mas, se queremos assim considerar, então todos os que servem em qualquer ministério podem ser chamados "levitas". O levita é aquele que executa qualquer serviço ligado ao culto. O levita é simplesmente um servo e não alguém que esteja na igreja para ser alvo da glória humana.

Aqueles levitas, designados por Davi para o louvor, eram liderados por Asafe, Hemã e Jedutum, e tinham a tarefa de PROFETIZAR com harpas, alaúdes e saltérios (I Crônicas 25.1). Nessa época, surgiu a maior parte dos salmos de Israel. Hoje, podemos testificar que aqueles levitas eram mesmo profetas. Através deles o Espírito Santo falava ao povo. Além disso, eram mestres no que realizavam (I Crô.25.7). E nós? O que somos? Se queremos usar o nome de "levitas" precisamos nos dispor para o serviço e para caminhar em direção a um nível de qualidade excelente no ministério.
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei dos teus filhos. (Oséias 4)

Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.(Oséias 4).
Levitas na casa do Senhor

Maria, mãe de Jesus

Maria, a virgem, mãe de Jesus. Todas as informações a seu respeito, somente as Escrituras é que no-las dá. Diz ela que no sexto mês após a concepção de João Batista foi enviado o anjo Gabriel a Nazaré, cidade ou aldeia da Galiléia, a uma virgem chamada Maria, que ali morava, desposada com um carpinteiro de nome José, Lucas 1.26,27, reconhecido como descendente de Davi. Não se diz que a virgem também o fosse; muitos acreditam que também pertencia à mesma linhagem, porque, diz o anjo, que o filho que ia nascer dela receberia o “trono de seu pai Davi”, e que “foi feito da linhagem de Davi, segundo a carne”, Romanos 1.3; 2Timoteo 2.8 cp. Atos 2.30.

Além disso, a opinião de muitos doutores é que a genealogia de Cristo, como a dá em Lucas, Lucas 3.23-38, é pelo lado materno, vindo de Eli, que se supõe ser o pai dela. Como quer que seja, o anjo Gabriel saudou a Maria, dizendo: “Salve! Agraciada; o Senhor é contigo”, anunciando-lhe que ela teria um filho a quem deveria chamar Jesus. “Este sra grande, será chamado Filho do Altíssimo; Deus o Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”, Lucas 1.32,33. Quando Maria perguntou como se faria isso, visto não conhecer varão, o anjo lhe respondeu: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”, Lucas 1.35. Estas declarações revelaram a Maria que ela foi escolhida para ser a mãe do Messias. Com humildade, aceitou a honra que Deus misteriosamente lhe concedia. Para seu conforto o anjo Gabriel a informou de que a sua parenta Isabel ia também ser mãe, pelo que Maria se apressou a caminhar para as montanhas a uma cidade de Judá, onde moravam Zacarias e sua mulher Isabel. À sua entrada Isabel cientificou-se da honra que ia receber e por uma inspiração de momento proferiu o cântico de louvor. Por sua vez, Maria entoou o hino de graças denominado “A Magnífica”, Lucas 1.46-55. Isto nos dá a entender a profunda piedade e a solene alegria com que estas santas mulheres contemplaram o poder e a graça de Deus que por seu intermédio ia realizar as antigas promessas feitas a Israel, e trazer a salvação ao mundo. Maria permaneceu em casa de Isabel até pouco antes do nascimento de João Batista, e voltou para Nazaré. Revelada que foi a origem de sua concepção, a José por meio de um sonho, quando ele pensava em deixá-la secretamente, Mateus 1.18-21. Deus ordenou-lhe que a recebesse por mulher, e que ela teria um filho que se chamaria Jesus, porque ele salvaria seu povo dos pecados deles, Mateus 1.24,25, em virtude do que havia dito o Senhor pelo profeta Isaías que ele nasceria da uma Virgem; José obedeceu reverentemente; recebeu-a por mulher, e não a conheceu enquanto não deu à luz ao seu primogênito, e lhe pôs por nome Jesus, Mateus 1.24,25. Pelo casamento, a Virgem ficou abrigada de más suspeitas e o filho que lhe nasceu foi tido como filho de José, segundo a lei, e como tal herdeiro de Davi. O nascimento deu-se em Belém. Um decreto de César Augusto ordenou que todo o mundo se alistasse, em virtude do qual, José teve de ir à cidade de Davi, como seu descendente, acompanhado de sua esposa Maria. Não encontrando lugar na hospedaria foram obrigados a abrigar-se em uma estrebaria. Ali nasceu Jesus; sua mãe o enfaixou e o deitou em uma manjedoura, Lucas 2.7. Com reverente e confiante assombro, Maria ouviu a narração dos pastores, relatando a visão dos anjos e o cântico que tinham ouvido, anunciando paz ao mundo pelo nascimento do Salvador. Portanto ela ainda não sabia que seu filho era Deus que se fez carne; apenas sabia que ele ia ser o Messias, e com verdadeira piedade esperava que Deus lhe desse luz sobre a missão de seu filho. No quadragésimo dia depois de nascido o menino, José e Maria o levaram a Jerusalém para o apresentarem diante do Senhor e oferecerem no templo o que a lei ordenava às mães, Levitico 11.2,6,8. Os animais oferecidos deviam ser um par de rolas, ou dois pombinhos, indicando as humildes condições da família. Ao apresentarem o menino no templo, encontraram o velho Simeão que se regozijou pelo nascimento do Messias, porém profetizou a sua mãe que ela teria grandes dores e tristezas pelo que a ele havia de acontecer, Lucas 2.35. Parece que, depois disto, José e Maria voltaram para Belém, Mateus 2.11. Ali foram ter os magos do oriente que vieram adorar a Jesus, Mateus 2.1-11. Em seguida o casal fugiu para o Egito levando o menino, regressando mais tarde para Nazaré em obediência a instruções divinas. Ali deveria ele dedicar-se à educação do filho da promessa que lhe havia sido confiado, e cujo futuro era objeto de constante cuidado.

Um dos traços do caráter de Maria desenha-se quando o menino tinha doze anos. Piedosamente em companhia de seu esposo, ia anualmente a Jerusalém por ocasião da festa da páscoa, Lucas 2.41, se bem que as mulheres não estavam sujeitas a esta obrigação, Êxodo 23.17. Com igual piedade, José e Maria levaram consigo o menino, logo que ele atingiu a idade, quando era costume que as crianças deveriam comparecer ao templo. A sua demora na casa de Deus e as suas palavras na discussão com os doutores, foi motivo de causar maior espanto a seus pais. “E sua mãe conservava todas estas palavras no seu coração”, Lucas 2.51. Maria ainda não havia compreendido toda a grandeza real de seu filho, nem de que modo realizaria a sua missão. Com reverência e cheia de confiança ia cumprindo o seu dever, educando o menino para o serviço de Deus, o que ela realmente fez enquanto ele esteve debaixo de sua autoridade. Se os “Irmãos do Senhor” eram, como é provável, filhos de José e de Maria, nascidos depois que Jesus apareceu, Maria deveria ter sido mãe de grande família. O evangelho também fala das irmãs de Jesus, Marcos 6.3. Nada mais se diz a respeito te Maria até ao princípio do ministério público de Jesus.

Aparece então nas bodas de Caná de Galiléia, João 2.1-10. Evidentemente regozijou-se em ver que seu filho assumia as funções do oficio messiânico, e, sem reservas, creu nele. Imprudentemente, porém, ela pretendeu dirigir os seus atos, o que provocou da parte dele uma repreensão respeitosa. Maria devia compreender que, na sua obra, ela participava apenas como sua companheira. Na qualidade de filho, prestava-lhe reverência, porém na qualidade de Messias e Salvador ele só a poderia ter como discípula, precisando igualmente, com os demais, a salvação que ele veio trazer ao mundo. Verdade semelhante se repete em outra ocasião quando ela aparece, Mateus 12.46-50; Marcos 3.31-35; Lucas 8.19-21. No grande dia das parábolas, estando ele ensinando o povo, Maria e os irmãos de Jesus desejavam vê-lo, talvez com o intuito de afastá-lo dos perigos que a oposição lhe criava. Respondendo, fez notar que as relações espirituais entre ele e seus discípulos eram mais importantes do que os laços de família. “Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã e mãe”, Mateus 12.50. Enquanto Cristo prosseguia em seu ministério, sua mãe e seus irmãos, parece que continuavam a morar em Nazaré.

No ato da crucifixão, aparece Maria com outras mulheres, perto da cruz. Ao contrário dos irmãos de Jesus, João 7.5, ela sempre creu na missão salvadora de seu filho, e por isso não é de estranhar que o acompanhasse ate a última e fatal jornada a Jerusalém.

Dominada pelo amor de mãe, e pelos afetos de um discípulo, contemplou-o pregado à cruz e nesta hora de suprema angústia, ele dirigiu-lhe a palavra entregando-a aos cuidados do amado discípulo João, que desde essa hora a levou para sua casa, João 19.25-27. Depois da assenção de Jesus, ela se encontra, na companhia dos apóstolos no quarto alto de Jerusalém, Atos 1.14, e nada mais nos diz a Escritura a seu respeito. Não se sabe, quando e de que modo morreu. O seu túmulo vê-se no vale de Cedrom, mas não se pode crer na sua legitimidade, por falta de bons testemunhos. Há muitas lendas a respeito de Maria, nenhuma, porém, digna de fé. A Escritura apresenta-a como simples modelo de fé e de piedade.

Historia da Igreja Primitiva

A palavra igreja vem do grego ekklesia, que tem origem em kaleo ("chamo ou convoco"). Na literatura secular, ekklesia referia-se a uma assembléia de pessoas, mas no Novo Testamento (NT) a palavra tem sentido mais especializado. A literatura secular podia usar a apalavra ekklesia para denotar um levante, um comício, uma orgia ou uma reunião para qualquer outra finalidade. Mas o NT emprega ekklesia com referência à reunião de crentes cristãos para adorar a Cristo.
Que é a igreja? Que pessoas constituem esta "reunião"? Que é que Paulo pretende dizer quando chama a igreja de "corpo de Cristo"?
Para responder plenamente a essas perguntas, precisamos entender o contexto social e histórico da igreja do NT. A igreja primitiva surgiu no cruzamento das culturas hebraicas e helenística.

Fundada

Quarenta dias depois de sua ressurreição, Jesus deu instruções finais aos discípulos e ascendeu ao céu (At 1.1-11). Os discípulos voltaram a Jerusalém e se recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando o ES, o qual Jesus disse que viria. Cerca de 120 pessoas seguidores de Jesus aguardavam.
Cinqüenta dias após a Páscoa, no dia de Pentecoste, um som como um vento impetuoso encheu a casa onde o grupo se reunia. Línguas de fogo pousaram sobre cada um deles e começaram a falar em línguas diferente da sua conforme o Espírito Santo os capacitava. Os visitantes estrangeiros ficaram surpresos ao ouvir os discípulo falando em suas próprias línguas. Alguns zombaram, dizendo que deviam estar embriagados (At 2.13).
Mas Pedro fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho do derramamento do Espírito Santo predito pelos profetas do Antigo Testamento (AT) (At 2.16-21; Jl 2.28-32). Alguns dos observadores estrangeiros perguntaram o que deviam fazer para receber o Espírito Santo. Pedro disse: " Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo " (At 2.38). Cerca de 3 mil pessoas aceitaram a Cristo como seu Salvador naquele dia (Atos 2.41).
Durante alguns anos Jerusalém foi o centro da igreja. Muitos judeus acreditavam que os seguidores de Jesus eram apenas outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os cristãos estavam tentando começar um nova "religião de mistério" em torno de Jesus de Nazaré.
É verdade que muitos dos cristãos primitivos continuaram a cultuar no templo (At 3.1) e alguns insistiam em que os convertidos gentios deviam ser circuncidados (At 15). Mas os dirigentes judeus logo perceberam que os cristãos eram mais do que uma seita. Jesus havia dito aos judeus que Deus faria uma Nova Aliança com aqueles que lhe fossem fiéis (Mt 16.18); ele havia selado esta aliança com seu próprio sangue (Lc 22.20). De modo que os cristãos primitivos proclamavam com ousadia haverem herdados os privilégios que Israel conhecera outrora. Não eram simplesmente uma parte de Israel - eram o novo Israel (Ap 3.12; 21.2; Mt 26.28; Hb 8.8; 9.15). "Os líderes judeus tinham um medo de arrepiar, porque este novo e estranho ensino não era um judaísmo estreito, mas fundia o privilégio de Israel na alta revelação de um só Pai de todos os homens." (Henry Melvill Gwatkin, Early Church History, pag 18).

A Comunidade de Jerusalém.

Os primeiros cristãos formavam uma comunidade estreitamente unida em Jerusalém após o dia de Pentecoste. Esperavam que Cristo voltasse muito em breve.
Os cristãos de Jerusalém repartiam todos os seus bens materiais (At 2.44-45). Muitos vendiam suas propriedades e davam à igreja o produto da venda, a qual distribuía esses recursos entre o grupo ( At 4.34-35).
Os cristãos de Jerusalém ainda iam ao templo para orar (At 2.46), mas começaram a partilhar a Ceia do Senhor em seus próprios lares (At 2.42-46). Esta refeição simbólica trazia-lhes à mente sua nova aliança com Deus, a qual Jesus havia feito sacrificando seu próprio corpo e sangue.
Deus operava milagres de cura por intermédio desses primeiros cristãos. Pessoas enfermas reuniam-se no templo de sorte que os apóstolo pudessem tocá-las em seu caminho para a oração (At 5.12-16). Esses milagres convenceram muitos de que os cristãos estavam verdadeiramente servindo a Deus. As autoridades do templo, num esforço por suprimir o interesse das pessoas na nova religião, prenderam os apóstolos. Mas Deus enviou um anjo para libertá-los (At 5.17-20), o que provocou mais excitação.
A igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos tiveram de nomear sete homens para distribuir víveres às viúvas necessitadas. O dirigente desses homens era Estevão, "homem cheio de fé e do Espírito Santo" (At 6.5). Aqui vemos o começo do governo eclesiástico. Os apóstolos tiveram de delegar alguns de seus deveres a outros dirigentes. À medida que o tempo passava, os ofícios da igreja foram dispostos numa estrutura um tanto complexa.

O Assassínio de Estevão.

Certo dia um grupo de judeus apoderou-se de Estevão e, acusando-o de blasfêmia, o levou à presença do conselho do sumo sacerdote. Estevão fez uma eloqüente defesa da fé cristã, explicando como Jesus cumpriu as antigas profecias referentes ao Messias que libertaria seu povo da escravidão do pecado. Ele denunciou os judeus como "traidores e assassinos" do filho de Deus (At 7.52). Erguendo os olhos para o céu, ele exclamou que via a Jesus em pé à destra de Deus ( At 7.55). Isso enfureceu os judeus, que o levaram para fora da cidade e o apedrejaram (At 7.58-60).
Esse fato deu início a uma onde de perseguição que levou muitos cristãos a abandonarem Jerusalém (At 8.1). Alguns desses cristãos estabeleceram-se entre os gentios de Samaria, onde fizeram muitos convertidos (At 8.5-8). Estabeleceram congregações em diversas cidades gentias, como Antioquia da Síria. A princípio os cristãos hesitavam em receber os gentios na igreja, porque eles viam a igreja como um cumprimento da profecia judaica. Não obstante, Cristo havia instruído seus seguidores a fazer "discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Assim, a conversão dos gentios foi "tão-somente o cumprimento da comissão do Senhor, e o resultado natural de tudo o que havia acontecido..." (Gwatkin, Early Church History, p. 56). Por conseguinte, o assassínio de Estevão deu início a uma era de rápida expansão da igreja.

Atividades Missionárias.

Cristo havia estabelecido sua igreja na encruzilhada do mundo antigo. As rotas comerciais traziam mercadores e embaixadores através da Palestina, onde eles entravam em contato com o evangelho. Dessa maneira, no livro de Atos vemos a conversão de oficiais de Roma (At 10.1-48), da Etiópia ( At 8.26-40), e de outras terras.
Logo depois da morte de Estevão, a igreja deu início a uma atividade sistemática para levar o evangelho a outras nações. Pedro visitou as principais cidades da Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios. Outros foram para a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos cristãos em Antioquia (At 11.22-23). Barnabé, a seguir, foi para Tarso em busca do jovem convertido Saulo (Paulo) e o levou para a Antioquia, onde ensinaram na igreja durante um ano (At 11.26).
Um profeta por nome Ágabo predisse que o Império Romano sofreria uma grande fome sob o governo do Imperador Cláudio. Herodes Agripa estava perseguindo a igreja em Jerusalém; Ele já havia executado a Tiago, irmão de João, e tinha lançado Pedro na prisão (At 12.1-4). Assim os cristãos de Antioquia coletaram dinheiro para enviar a seus amigos em Jerusalém, e despacharam Barnabé e Paulo com o socorro. Os dois voltaram de Jerusalém levando um jovem chamado João Marcos (At 12.25). Por esta ocasião, diversos evangelistas haviam surgido no seio da igreja de Antioquia, de modo que a congregação enviou Barnabé e Paulo numa viagem missionária à Ásia Menor (At 13-14). Esta foi a primeira de três grandes viagens missionárias que Paulo fez para levar o evangelho aos recantos longínquos do Império Romano.
Os primeiros missionários cristãos concentraram seus ensinos na Pessoa e obra de Jesus Cristo. Declararam que ele era o servo impecável e Filho de Deus que havia dado sua vida para expiar os pecados de todas as pessoas que depositavam sua confiança nele (Rm 5.8-10). Ele era aquele a quem Deus ressuscitou dos mortos para derrotar o poder do pecado (Rm 4.24-25; 1Co 15.17).

Governo Eclesiástico.

A princípio, os seguidores de Jesus não viram a necessidade de desenvolver um sistema de governo da Igreja. Esperavam que Cristo voltasse em breve, por isso tratavam os problemas internos à medida que surgiam - geralmente de um modo muito informal.
Mas o tempo em que Paulo escreveu suas cartas às igrejas, os cristãos reconheciam a necessidade de organizar o seu trabalho. O NT não nos dá um quadro pormenorizado deste governo da igreja primitiva. Evidentemente, um ou mais presbíteros presidiam os negócios de cada congregação (Rm 12.6-8; 1Ts 5.12; Hb 13.7,17,24), exatamente como os anciãos faziam nas sinagogas judaicas. Esses anciãos (ou presbíteros) eram escolhidos pelo Espírito Santo (At 20.28), mas os apóstolos os nomeavam (At 14.23). Por conseguinte, o Espírito Santo trabalhava por meio dos apóstolos ordenando líderes pra o ministério. Alguns ministros chamados evangelistas parecem ter viajado de uma congregação para outra, como faziam os apóstolos. Seu título significa "homens que manuseiam o evangelho". Alguns têm achado que eram todos representantes pessoais dos apóstolos, como Timóteo o foi de Paulo; outros supõem que obtiveram esse nome por manifestarem um dom especial de evangelização. Os anciãos assumiam os deveres pastorais normais entre as visitas desses evangelistas.
Algumas cartas do NT referem-se a bispos na igreja primitiva. Isto é um bocado confuso, visto que esses "bispos" não formavam uma ordem superior da liderança eclesiástica como ocorre em algumas igrejas onde o título é usado hoje. Paulo lembrou aos presbíteros de Éfeso que eles eram bispos (At 20.28), e parece que ele usa os termos presbítero e bispo intercambiavelmente (Tt 1.5-9). Tanto os bispos como os presbíteros estavam encarregados de supervisar uma congregação. Evidentemente, ambos os termos se referem aos mesmos ministros da igreja primitiva, a saber, os presbíteros.
Paulo e os demais apóstolos reconheceram que o ES concedia habilidades especiais de liderança a certas pessoas (1Co 12.28). Assim, quando conferiam um título oficial a um irmão ou irmã em Cristo, estavam confirmando o que o Espírito Santo já havia feito.
A igreja primitiva não possuía um centro terrenal de poder. Os cristãos entendiam que Cristo era o centro de todos os seus poderes (At 20.28). O ministério significava servir em humildade, em vez de governar de uma posição elevada (Mt 20.26-28). Ao tempo em que Paulo escreveu suas epístolas pastorais, os cristãos reconheciam a importância de preservar os ensinos de Cristo por intermédio de ministros que se devotavam a estudo especial, "que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2.15). A igreja primitiva não oferecia poderes mágicos, por meio de rituais ou de qualquer outro modo. Os cristãos convidavam os incrédulos para fazer parte de seu grupo, o corpo de Cristo (Ef 1.23), que seria salvo como um todo. Os apóstolos e os evangelistas proclamavam que Cristo voltaria para o seu povo, a "noiva" de Cristo (Ap 21.2; 22.17). Negavam que indivíduos pudessem obter poderes especiais de Cristo para seus próprios fins egoístas (At 8.9-24; 13.7-12).

Padrões de Adoração.

Visto que os cristãos primitivos adoravam juntos, estabeleceram padrões de adoração que diferiam muito dos cultos da sinagoga. Não temos um quadro claro da adoração Cristã primitiva até 150 dC, quando Justino Mártir descreveu os cultos típicos de adoração. Sabemos que a igreja primitiva realizava seus serviços no domingo, o primeiro dia sa semana. Chamavam-no de "o Dia do Senhor" porque foi o dia em que Cristo ressurgiu dos mortos. Os primeiros cristãos reuniam-se no templo em Jerusalém, nas sinagogas, ou nos lares ( At 2.46; 13.14-16; 20.7-8). Alguns estudiosos crêem que a referência aos ensino de Paulo na escola de Tirano (At 19.9) indica que os primitivos cristãos às vezes alugavam prédios de escola ou outras instalações. Não temos prova alguma de que os cristãos tenham construído instalações especial para seus cultos de adoração durante mais de um século após o tempo de Cristo. Onde os cristãos eram perseguidos, reuniam-se em lugares secretos como as catacumbas (túmulos subterrâneos) de Roma.
Crêem os eruditos que os primeiros cristãos adoravam nas noites de domingo, e que seu culto girava em torno da Ceia do Senhor. Mas nalgum ponto os cristãos começavam a manter dois cultos de adoração no domingo, conforme descreve Justino Mártir - um bem cedo de manhã e outro ao entardecer. As horas eram escolhidas por questão de segredo e para atender às pessoas trabalhadoras que não podiam comparecer aos cultos de adoração durante o dia.

Ordem do Culto:

Geralmente o culto matutino era uma ocasião de louvor, oração e pregação. O serviço improvisado de adoração dos cristãos no Dia de Pentecoste sugere um padrão de adoração que podia ter sido geralmente adotado. Primeiro, Pedro leu as Escrituras. Depois pregou um sermão que aplicou as Escrituras à situação presente dos adoradores (At 2.14-36). As pessoas que aceitavam a Cristo eram batizadas, seguindo o exemplo do próprio Senhor. Os adoradores participavam dos cânticos, dos testemunhos ou de palavras de exortação (1Co 14.26).

A Ceia do Senhor:

Os primitivos cristãos tomavam a refeição para comemorar a libertação do povo de Deus. A Última Ceia, na qual Jesus e seus discípulos comeram era a festa da Páscoa. Os temas dos dos eventos eram os mesmo. Na Páscoa os judeus regozijavam-se porque Deus os havia libertado de seus inimigos e aguardavam com expectação o futuro como filhos de Deus. Hoje a Ceia do Senhor, e comemorada pelos cristãos, isto e celebra o modo como Jesus os havia libertado do pecado e expressavam sua esperança pelo dia quando Cristo voltaria (1Co 11.26). A Ceia do Senhor e uma refeição completa que os cristãos partilham em suas congregações. Cada convidado traz um prato para a mesa comum. A refeição começava com oração e com o comer de pedacinhos de um único pão que representa o corpo partido de Cristo. Encerra-se a refeição com outra oração e a seguir participam de uma taça de vinho, que representava o sangue vertido de Cristo.
Algumas pessoas conjeturam que os cristãos estão participando de um rito secreto quando observam a Ceia do Senhor, e inventaram estranhas histórias a respeito desses cultos. O imperador Trajano proscreveu essas reuniões secretas por volta do ano 100 dC. Nesse tempo os cristãos começaram a observar a Ceia do Senhor durante o culto matutino de adoração, aberto ao público.

Batismo:

O batismo era um acontecimento comum da adoração cristã no templo de Paulo (Ef 4.5). Contudo, os cristãos não foram os primeiros a celebrar o batismo. Os judeus batizavam seus convertidos gentios; algumas seitas judaicas praticavam o batismo como símbolo de purificação, e João Batista fez dele uma importante parte de seu ministério. O NT não diz se Jesus batizava regularmente seus convertidos, mas numa ocasião, pelo menos, antes da prisão de João, ele foi encontrado batizando. Em todo o caso, os primitivos cristãos eram batizados em nome de Jesus, seguindo o seu próprio exemplo (Mc 1.10; Gl 3.27).
Parece que os primitivos cristãos interpretavam o significado do batismo de vários modos - como símbolo da morte de uma pessoa para o pecado (Rm 6.4; Gl 2.12), da purificação de pecados (At 22.16; Ef 5.26), e da nova vida em Cristo (At 2.41; Rm 6.3). De quando em quando toda a família de um novo convertido era batizada (At 10.48; 16.33; 1Co 1.16), o que pode significar o desejo da pessoa de consagrar a Cristo tudo quanto tinha.

Calendário Eclesiástico:

O NT não apresenta evidência alguma de que a igreja primitiva observava quaisquer dias santos, a não ser sua adoração no primeiro dia da semana (At 20.7; 1Co 16.2; Ap 1.10). Os cristãos não observam o domingo como dia de descanso até ao quarto século de nossa era, quando o imperador Constantino designou-o como um dia santo para todo o Império Romano. Os primitivos cristãos não confundiam o domingo com o sábado judaico, e não faziam tentativa alguma para aplicar a ele a legislação referente ao sábado.
O historiador Eusébio diz-nos que os cristãos celebravam a Páscoa desde os tempos apostólicos; 1Co 5.6-8 talvez se refira a uma Páscoa cristã na mesma ocasião da Páscoa judaica. Por volta do ano 120 dC, a igreja de Roma mudou a celebração para o domingo após a Páscoa judaica enquanto a igreja Ortodoxa Oriental continuou a celebrá-la na Páscoa Judaica.

Conceito do NT sobre a Igreja.

É interessante pesquisar vários conceitos de igreja no NT. A Bíblia refere-se aos primeiros cristãos como família e templo de Deus, como rebanho e noiva de Cristo, como sal, como fermento, como pescadores, como baluarte sustentador da verdade de Deus, de muitas outras maneiras. Pensava-se na igreja como uma comunidade mundial única de crentes, da qual cada congregação local era afloramento e amostra. Os primitivos escritores cristãos muitas vezes se referiam à igreja como o "corpo de Cristo" e o "novo Israel". Esses dois conceitos revelam muito da compreensão que os primitivos cristãos tinham da sua missão no mundo.

O Corpo de Cristo:

Paulo descreve a igreja como "um só corpo em Cristo" (Rm 12.5) e "seu corpo" (Ef 1.23). Em outras palavras, a igreja encerra numa comunhão única de vida divina todos os que são unidos a Cristo pelo Espírito Santo mediante a fé. Esses participam da ressurreição (Rm 6.8), e são a um tempo chamados e capacitados para continuar seu ministério de servir e sofrer para abençoar a outros (1Co 12.14-26). Estão ligados numa comunidade que personifica o reino de Deus no mundo.
Pelo fato de estarem ligados a outros cristãos, essas pessoas entendiam que o que faziam com seus próprios corpos e capacidades era muito importante (Rm 12.1; 1Co 6.13-19; 2Co 5.10). Entendiam que as várias raças e classes tornam-se uma em Cristo (1Co 12.3; Ef 2.14-22), e deviam aceitar-se e amar-se uns aos outros de um modo que revelasse tal realidade.
Descrevendo a igreja com o corpo de Cristo, os primeiros cristãos acentuaram que Cristo era o cabeça da igreja (Ef 5.23). Ele orientava as ações da igreja e merecia todo o louvor que ela recebia. Todo o poder da igreja para adorar e servir era dom de Cristo.

O Novo Israel
Os primitivos cristãos identificavam-se com Israel, povo escolhido de Deus. Acreditavam que a vinda e o ministério de Jesus cumpriram a promessa de Deus aos patriarcas (Mt 2.6; Lc 1.68; At 5.31), e sustentavam que Deus havia estabelecido uma Nova Aliança com os seguidores de Jesus (2Co 3.6; Hb 7.22, 9.15).
Deus, sustentavam eles, havia estabelecido seu novo Israel na base da salvação pessoal, e não em linhagem de família. Sua igreja era uma nação espiritual que transcendia a todas as heranças culturais e nacionais. Quem quer que depositasse fé na Nova Aliança de Deus, rendesse a vida a Cristo, tornava-se descendente espiritual de Abraão e, como tal, passava a fazer parte do "novo Israel" (Mt 8.11; Lc 13.28-30; Rm 4.9-25; Gl 3-4; Hb 11-12).

Características Comuns
Algumas qualidades comuns emergem das muitas imagens da igreja que encontramos no NT. Todas elas mostram que a igreja existe porque Deus trouxe à existência. Cristo comissionou seus seguidores a levar avante a sua obra, e essa é a razão da existência da igreja.
As várias imagens que o NT apresenta da igreja acentuam que o Espírito Santo a dota de poder e determina a sua direção. Os membros da igreja participam de uma tarefa comum e de um destino comum sob a orientação do Espírito.

A igreja é uma entidade viva e ativa. Ela não participa dos negócios deste mundo; demonstra o modo de vida que Deus tenciona para todas as pessoas, e proclamam a Palavra de Deus para a era presente. A unidade e a pureza espirituais da igreja estão em nítido contraste com a inimizade e a corrupção do mundo. É responsabilidade da igreja em todas as congregações particulares mediante as quais ela se torna visível, praticar a unidade, o amor e cuidado de um modo que mostre que Cristo vive verdadeiramente naqueles que são membros do seu corpo, de sorte que a vida deles é a vida de Cristo neles.

Família - Um Projeto Celestial

Família é uma idéia de Deus. Sua intenção sempre foi encher a terra de filhos semelhantes a Jesus. Para realizar esse propósito Deus criou o homem e a mulher ordenando-lhes que se unissem e gerassem filhos. Assim, cada fílho seria, como Adão, semelhante a Jesus e à partir de seus pais seriam apresentados a Deus se tornando íntimos dEle.

Família é uma idéia da qual Deus não desistiu, não alterou, nem entregou para ser destruída. Quando o homem pecou, entretanto, ele se afastou de Deus e de Seu propósito. Passou, então, a sofrer as conseqüências da degeneração de sua natureza como a quebra de do relacionamento com Deus. A partir disso todos seus relacionamentos foram atingidos por uma natureza corrompida que passou a caracterizar o homem.

O pecado degenerou o homem e seus relacionamentos produzindo uma corrupção progressiva durante a história da terra levando a um sistema de enganos chamado de mundo, sistema mundano, carnal.

A família, neste mundo governado pelo diabo, passou a ser duramente perseguida. A intenção do inimigo é clara, pois se ele atingir a família vai interferir diretamente no propósito eterno de Deus. Essa consciência é importantíssima para nós igreja.

Quando a família é criticada, desvalorizada ou prejudicada não são apenas grupos de indivíduos que estão sendo atingidos, mas o maravilhoso plano criado por Deus para cumprir seu Supremo Propósito.

Da mesma forma, quando famílias dignas são constituídas, o propósito de Deus está sendo cumprido. Mais casais serão do Senhor e mais filhos serão criados nos caminhos do Senhor e mais famílias dignas serão formadas.

Precisamos, portanto, lutar contra toda investida maligna contra nossas famílias. Precisamos compreender como o inimigo está tentando atingir nossos lares e barrar sua ação. Mais que isso, precisamos compreender que família não é um projeto deste mundo, é um projeto do céu, do reino de Deus, logo não pode ser vencido pelo inimigo.

Quero salientar um aspecto que me parece ser muito relevante quanto a qualidade de nossas famílias: a influência do mundo em nossos lares.

Jesus sempre fez questão de deixar claro que nós não somos deste mundo e que, por isso, devemos nos guardar de sua contaminação e viver como seres da nação do Reino, da nação para a qual fomos transportados por Cristo – Col. 1:13.

Parece, entretanto, que nos falta uma consciência plena do que isso significa, pois tenho constatado uma presença sutil, mas veemente de valores, conceitos e atitudes próprias de vidas presas a este mundo nas nossas famílias.

Penso ser este um dos maiores problemas da igreja hoje. Nossa mentalidade e nossa prática não compreendem as implicações dessa mudança de nação. Vamos, então, discorrer um pouco sobre isso.

Comecemos sobre alguns sinais deste fato perceptíveis em nossas famílias:

Os filhos ouvem os frívolos e terrenos desafios de sua geração, e partem, numa busca desesperada por sucesso profissional e financeiro.

Muitas vezes, atendem às pressões de uma sociedade hedonista, cuja juventude cultua o corpo, chegando até a ficar doente por não comer ou pelo uso de anabolizantes. Tudo para atender às ridículas exigências de beleza do mundo, como se o corpo eterno fosse este corpo carnal.

A força que dão valor não passa de um atributo muscular. A força que vem de Deus grande parte da atual geração nem sabe que existe ou para que serve.

Nossos filhos são persuadidos a buscarem satisfação em tantas coisas deste mundo, algumas são até “góspel”, mas também impedem que encontrem a plena satisfação que há em Jesus.

A razão e a fé estão sempre em conflito na mente de nossos filhos. O culto ao conhecimento humano se opõe ao pouco fundamento característico da vida cristã da atual geração. Muitos não conseguem entender quão maravilhoso e inquestionável é o conhecimento de Deus.

Eles falam e agem como tentando conquistar as riquezas deste mundo, pondo aqui seus corações, esquecendo-se (ou porque desconhecem) onde temos que ajuntar nosso tesouro.

Falam de carros, roupas, casas, posição social, mostrando toda sua ansiedade pelo ter. Essa é uma busca tão má que muitos ficam solitários, desprezados e rejeitados por não serem considerados vencedores. Outros tomam o caminho do orgulho e da avareza, infelizmente.

Sentem-se pressionados a agradar aos colegas, aos parentes, aos professores e aos chefes. Têm medo de parecerem diferentes e estranhos aos amigos. Valorizam a popularidade, mesmo que isso implique em esquecer a espiritualidade. Querem ser amados pelo mundo como se isso fosse realmente importante.

Quando ouvem a palavra de Deus, ela soa como um conjunto de regras que devem ser adequadas a este mundo. Sendo isso impossível, a vida cristã torna-se um peso, apenas um peso.

Se nossos filhos tem sofrido tais pressões, pergunto: Eles sabem de onde são? Nós sabemos de onde somos? Se eles estão assim, aprenderam de nós, seus pais.

O resultado são pais e filhos amargurados ou desanimados, sem conseguirem ser plenos no Reino, nem tão pouco satisfeitos no mundo.

Amados. os tempos passam, o mundo está passando, mas nós não somos deste mundo.

Nossos filhos não pertencem a este mundo, nossa família é de outra nacionalidade. Nascemos no Reino de Deus!


1. De onde somos? Somos do Reino, da Jerusalém Celestial, de onde Jesus é!

Mt 4:8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles

Jo 18:36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.

Jo 8:23 E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou.

Jo 16:28 Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai.

Jo 15:18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.

Jo 15:19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.

Jo 17:14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.

Jo 17:15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.

Jo 17:16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.

Jo 17:18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.


2. Se não somos do mundo como somos? Não fazemos o que o mundo faz!

Aborrecemos o mundo, não o amamos, não temos nosso prazer em fazer o que se faz nele, nos guardamos de seus rudimentos e contaminações.

Lc 21:34 Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço.

Tg 1:27 A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.

Gl 1:4 o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deu Pai,

Gl 4:3 Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;

Gl 6:14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. I Jo 4:6

Não buscamos o que o mundo busca
No mundo se busca o favor dos homens. Prefere-se agradar aos homens que agradar a Deus.

Gl 1:10 Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.

Jo 14:31 Contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamos daqui.

No mundo as pessoas buscam uma coroa corruptível, uma recompensa, uma satisfação que findará aqui, no sucesso de seus projetos terrenos. Nós buscamos uma recompensa no céu, uma coroa incorruptível, uma satisfação que não terá fim, no sucesso dos projetos eternos de Deus.

1Co 9:25 Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.

Não valorizamos o que o mundo valoriza
No mundo as pessoas valorizam o ter e nós o ser.

1Jo 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
Elas valorizam o acumular e nós o repartir

Mt 13:22 O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.

Mc 4:19 mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera.

No mundo se valoriza uma posição social, entre os homens. Nós valorizamos a posição onde estamos: assentados com Cristo, onde? Nas regiões celestiais.

Ef 2:6 e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;
No mundo se valoriza o conhecimento humano, o melhor é o mais culto, aquele que abriga e articula o maiôs número de informações sobre o homem, suas descobertas, feitos e filosofias. Nós consideramos tudo como perda pela sublimidade do conhecimento de Deus. Não desprezamos o conhecimento humano, mas o consideramos apenas um meio de chegar aos homens para lhes apresentar a sublimidade do conhecimento de Cristo que torna louca a sabedoria do mundo.

1Co 1:20 Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?

1Co 2:12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.

1Co 7:31 e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa.

Não dependemos do que o mundo depende
No mundo se depende do dinheiro, nós da fé. Não andamos ansiosos.

Lc 12:30 Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas.

As pessoas dependem de sua enfadonha luta, nós da provisão de Deus.

Não esperamos o que o mundo espera
No mundo as pessoas esperam na morte o seu fim. Nós vemos na morte o começo da vida que realmente importa. A vida pela qual nos preservamos das coisas deste mundo por vislumbrar a glória da eternidade com Jesus.

No mundo as pessoas esperam terminar a vida tendo deixado uma boa herança material para os filhos. Nós esperamos ir para Jesus tendo Deixado para nossos filhos o legado de nossa fé e experiência com Deus

No mundo as pessoas esperam sempre pelo próximo século pondo sua expectativa nas novidades materiais e sociais que ele trará. Nós esperamos pela consumação dos séculos quando chegará o grande e maravilhoso dia do Senhor.

2Pe 3:10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.


3. O que acontece quando vivemos como não sendo deste mundo?

Jo 16:33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

Vamos, portanto, verificar o quanto há de mundo em nossa mentalidade e em nossa família, e vamos aborrecer isso tudo. Vamos elevar nossas famílias ao padrão celestial de onde somos, deixar que o Reino de Deus varra o mundo de nossas famílias. Vamos insistir e perseverar em negar os cuidados deste mundo, impedindo que eles nos sufoquem.

Assim, longe das influências do mundo, e repletos das influências do céu, nossos casamentos e filhos estarão bem firmados no Senhor, sem chances de serem atingidos pelo príncipe deste mundo.

O sentido do casamento entre nós terá sua plenitude no casamento de Cristo com a Igreja. Para apressá-lo é que nos ajudaremos, como marido e mulher, e traremos outros casais para nossa nação. Muitos casais de estrangeiros se tornarão parte de nós, parte da nação santa de Deus.

A maior ambição do marido será amar sua esposa como Cristo amou a igreja.

O maior desejo das esposas será honrar e submeter-se a seus maridos como a igreja é com Cristo.
Ter filhos será a consumação do profundo desejo de pais comprometidos com o Sonho de Deus de ter Sua grande Família e com Sua obra.

A maior realização dos pais será entregar e enviar seus filhos.

O maior alvo das crianças será obedecer e honrar seus pais.

A maior necessidade dos adolescentes será experimentar e servir a Jesus.

A maior fama dos adolescentes será seu profundo amor por Jesus e todos conhecerão que nossos filhos entregar seus corpos em sacrifício a Deus guardando-se puros para o casamento.

O maior desejo dos jovens será cuidar das coisas de Deus enquanto vêem Deus cuidando de suas coisas e preparando-os para o casamento.

A maior prática dos idosos será deixar a herança do Senhor para os mais jovens.

Com tais descrições espero que tenhamos voltado nossos corações e mentes para o campo dos sonhos. Não das utopias do mundo ou das desesperanças de quem desistiu de sonhar.

È tempo de sermos revigorados na nossa capacidade de sonhar e realizar os Sonhos de Deus. Volte seus olhos para o Rei, o Governante de nossa nação e para Seu poder. O nosso inimigo já foi vencido, o mundo também foi vencido por Jesus.

Sendo radicais, nossa família prevalecerá contra toda tempestade, pois a teremos edificado sobre a rocha e não sobre areia.

O resultado final será o nosso ajuntamento com nossos filhos e outras famílias naquela multidão do apocalipse. A grande Família de filhos vestidos de linho finíssimo adorando a Deus e juntamente com o Espírito dizendo: VEM JESUS!

Então Ele virá, e um novo e sonhado casamento consumará o sonho eterno de Deus de ter uma grande família de filhos semelhantes a Jesus.

AMA DE CUMPLE LOS MANDAMIENTOS DE DIOS.

AMA DE CUMPLE LOS MANDAMIENTOS DE DIOS.

El apóstol Pablo escribió en su carta a los Corintios, un alias exortação sobre lo que debe hacer: "Las cosas que usted debe Nadie en absoluto, sino el amor mutuo, el que ama al prójimo ha cumplido la ley .."
Por lo tanto, mis días querida, es difícil que vivimos en este mundo, estamos cansados de la religión, hace esto, haz aquello, se puede, no puede ... alcance de la religión humana, rituales orquestados con el fin de adorar al Creador, los dogmas de la iglesia, maestros en su tiempo libre ,"... Este pueblo me honra con sus labios, pero el corazón está lejos ...". Bien dijo Jesús: los ciegos guiando a otro ciego, ambos caerán en el hoyo ...". Lo que realmente necesita la humanidad y el amor, no la religión, cada uno mejor organizado que el otro, la prohibición y el cambio de todo lo que la forma de ver, se llaman las doctrinas de mi "iglesia." Uno se pasa el día peleando por el nombre de Dios y que el otro está luchando por su vida sábado, otros sostienen desde hace años y años en la ropa, alimentos, otros se pasan la vida tirando más los diezmos y los diezmos, etc, mientras que la Biblia enseña que Dios Amor y amor y que no NUNCA verán a Dios.
Usted sabe que algunas personas que viven instigar AMAR? La palabra profética nos dice que cuando Dios se manifiesta a los hombres en la gloria, es decir, cuando regrese, sus únicas palabras son: tuve hambre y no me dan de comer, desnudo y no me habéis vestido, enfermo y no me sanó, detenido y no me visitasteis ... entonces quiero ver que ha pasado su vida cuidando de las cosas que son insignificantes a Dios.
El hijo de Dios, Jesucristo, que fue recogido y usted sabe la historia: fue escupido, azotado, humillado delante de la religión, los maestros y los hombres religiosos, como se caracteriza el sepulcros blanqueados, raza de víboras, bella por fuera y podridos en el interior, y hoy en día la diferencia de religión, los ministros del evangelio presunta si continúan a azotar a Jesús y escupe y abusar de ella de todos modos, ya que Cristo dijo, "lo que hicieron por uno de mis pequeños a MIM hacer ...
Somos libres amado, puesto que Cristo nos ha liberado a través de su muerte, porque vivimos bajo el yugo de los hombres que se quemó la mente, los hombres codiciosos, infiel a la palabra de Dios, los mercenarios verdad del Evangelio, escuchar sus doctrinas, el maestro llamados maestros las fábulas de viejas brujas viejas, que son libres para vivir el AMOR DE DIOS.
El apóstol Pablo también nos exhorta a vivir el amor de Dios se describe en el versículo 1 Corintios 13-13, que dice: El amor y el sufrimiento, benigna hace mal a nadie, ni celos de cualquier cosa, no tratamos a nuestros hermanos con ligereza, no y excelente, sin maldad, no busca lo suyo es vivir en una constante búsqueda de la causa de los demás, no se irrita, no piensa mal de nadie, ni goza de la injusticia, es una persona que ama la justicia es justo todo lo que hace, como la verdad: una persona que ama a su prójimo, todo lo sufre, todo lo cree, todo lo soporta.
De hecho el mundo, tu ciudad, tu iglesia, tu vecino, tu amigo, tu familia necesitan es amor, no la religión, mucho menos religiosos.
SEGUIMIENTO DE LA LEY DE DIOS ... Ama a tu prójimo como a ti mismo.
TENER UNA NAVIDAD BEATO y un Año Nuevo lleno de bendiciones

ABOUT AMA MEETS THE COMMANDMENTS OF GOD.

ABOUT AMA MEETS THE COMMANDMENTS OF GOD.
The Apostle Paul wrote in his letter to the Corinthians, an alias ezortação about what they should do: "The things you ought Nobody at all, but mutual love, he who loves his neighbor has fulfilled the law .."
Therefore, my beloved, difficult days we live in this world, we are tired of religion, does this, do that, it can, it can not ... reach of human religion, rituals orchestrated in order to worship the creator, the dogmas of the church, masters at their leisure ,"... This people honors me with their lips, BUT THE HEART IS FAR ...". Well said Jesus: the blind leading the blind, both shall fall into the hole ...". What really needs to humanity and love, not religion, each one better orchestrated than the other, forbidding and changing everything the way you see, are called the doctrines of my "church." One spends the day fighting over the name of God and that the other is fighting for his life Saturday, others argue for years and years on clothing, food, others spend their lives pulling more tithes and tithes, etc., while the Bible teaches that God Love and love and who does not EVER SEE GOD.
You know some people who live instigating AMAR? The prophetic word tells us that when God is manifest to men in glory, that is, when he returns, his only words are: I was hungry and not feed me, naked and ye clothed me not, sick and not healed me, arrested and you did not visit me ... then I want to see who has spent her life caring for things that are insignificant to God.
The son of God, Jesus Christ who was picked up and you know the story: he was spat on, whipped, humiliated in front of religion, the teachers and religious men such as he characterized the whitewashed tombs, breeds of snakes, beautiful on the outside and rotten inside, and today the difference of religion, the alleged ministers of the gospel if they continue to whip up Jesus, spit it and abuse it anyway, since Christ said, "what did for one of my little ones to MIM make ...
We are free beloved, since Christ has set us free through his death, because we live under the yoke of men that has seared the mind, greedy men, unfaithful to God's word, true mercenaries of the gospel, listening to their doctrines, the master Masters called the fables of old crones, we are free to live the LOVE OF GOD.
The Apostle Paul also urges us to live God's love described in 1 Corinthians verse 13 to 13, which says: The love and suffering, benign does evil to anyone, not jealous of anything, does not treat our brothers with levity, not and superb, no nastiness, not seek its own it means living in a constant search for the cause of others, is not provoked, thinketh no evil of anyone, not rejoice in iniquity, is a person who loves justice is just in everything he does, like the truth: a person who loves his neighbor, everything suffers, believes all things, endures all things.
In fact the world, your city, your church, your neighbor, your friend, your family need is love, not religion, much less religious.
FOLLOW THE LAW OF GOD ... Love your neighbor as yourself.
HAVE A BLESSED CHRISTMAS AND A NEW YEAR FILLED WITH BLESSINGS

QUEM AMA CUMPRE A LEI DE DEUS

حول الاحتكار يتناسب مع وصايا الله.
كتب الرسول بولس في رسالته الى اهل كورنثوس ، اسم مستعار exortação عن ما ينبغي أن تفعله : "إن الأشياء التي يجب أحد على الإطلاق ، ولكن الحب المتبادل ، والوفاء من يحب جاره القانون.."
مدبرة الطقوس ولذلك ، بلدي الحبيب ، الأيام الصعبة التي نعيش في هذا العالم ، وتعبنا من الدين ، لا هذا ، نفعل ذلك ، فإنه يمكن ، فإنه لا يمكن للدين الإنسان الوصول... ، من أجل عبادة الخالق ، وعقائد الكنيسة ، الماجستير في وقت فراغهم ،"... هذا يكرم الناس لي مع شفاههم ، ولكن القلب هو الآن...". حسنا قال يسوع : أعمى يقود أعمى ، كلاهما سوف يقع في حفرة...". ما يحتاج فعلا الى الانسانية والحب ، وليس الدين ، كل واحد مدبرة أفضل من الآخر ، وتحريم كل شيء ، وتغيير الطريقة التي ترى ، ويطلق على مذاهب بلادي "الكنيسة". واحد ينفق في اليوم القتال على اسم الله والآخر هو أن تقاتل من أجل حياته السبت ، ويرى آخرون لسنوات وسنوات على الملابس والغذاء ، والبعض الآخر يقضون حياتهم سحب أكثر الاعشار والاعشار ، الخ ، في حين أن الكتاب المقدس يعلمنا أن الله الحب والمحبة والذي لا نرى الله من أي وقت مضى.
كنت أعرف بعض الناس الذين يعيشون التحريض عمار؟ الكلمة النبوية عندما يخبرنا بأن الله هو واضح للرجال في المجد ، وهذا هو ، عندما يعود ، كلماته فقط هي : كنت جائعا وليس إطعام لي ، وانتم عراة كساني لا والمرضى ولم تلتئم لي ، ألقي القبض عليه وكنت لا زيارة لي... ثم أريد أن أرى الذي قضى رعاية حياتها عن الأشياء التي هي تافهة الى الله.
ابن الله ، يسوع المسيح الذي كان التقطت وتعرفون القصة : بصق عليه ، جلد ، والمعلمين ورجال الدين مثل إهانته أمام الدين ، إلا أنه يتميز القبور البيضاء ، سلالات من الثعابين ، وجميلة على الخارج وفاسدة في الداخل ، واليوم اختلاف الدين ، وزراء من الانجيل المزعوم إذا استمروا في اثارة يسوع ، يبصقون عليه والاعتداء على أي حال ، لأن المسيح قال : "ماذا فعل لأحد أحبائي قليلا ل ميم جعل...
نحن أحرار الحبيب ، لأن المسيح لم يحررنا من خلال وفاته ، لأننا نعيش تحت نير الرجل الذي اكتوى العقل ، والرجال الجشع ، وغير مخلص لكلمة الله ، صحيح المرتزقة من الانجيل ، والاستماع إلى المذاهب ، وماجستير دعا الماجستير في الخرافات القديمة من العجائز الشمطاوات ، نحن أحرار في أن يعيشوا في محبة الله.
بولس الرسول كما تحث لنا أن نعيش محبة الله وصفها في الآية كورنثوس 13 حتي 13 يناير ، والتي تقول : إن الحب والمعاناة ، حميدة لا الشر لأحد ، لا بالغيرة من أي شيء ، لا يتعامل مع إخواننا مع خفة ، وليس ورائع ، ولا قبح ، لا تسعى بنفسها وهو ما يعني العيش في البحث المستمر عن قضية أخرى ، لا يتم استفزاز ، لا يظن أحد من الشر ، لا نفرح في الظلم ، هو الشخص الذي يحب العدل فقط في كل ما يفعل ، مثل الحقيقة : الشخص الذي يحب جاره ، كل ما يعاني ، وترى كل شيء ، وتصبر على كل شيء.
في الواقع العالم ، مدينتك ، كنيستك ، جارك ، صديقك ، تحتاج إلى عائلتك هو الحب ، وليس الدين ، ناهيك عن الدينية.
اتباع القانون الله... تحب قريبك كنفسك.
يتلقى عيد الميلاد المبارك والسنة الجديدة مليئة سلم

QUEM AMA CUMPRE A LEI DE DEUS

O Apostolo Paulo, escreveu em sua carta aos coríntios, alias uma exortação quanto o que deveriam fazer: “ A Ninguém devais coisas alguma, senão o AMOR recíproco, pois quem ama ao próximo cumpriu a Lei...”
Portanto meus amados, vivemos dias dificieis neste mundo, estamos cansados da religião, do faz isso, faz aquilo, isso pode, isso não pode...chega de religião humana, de rituais orquestrados em forma de culto ao criador, dogmas de igreja, mestres ao seu bel prazer,”...ESTE POVO ME HONRA COM OS LABIOS, MAS O CORAÇÃO ESTA
DISTANTE...”. Bem disse JESUS: cegos guiando cegos, ambos cairão no buraco...”. O que realmente a humanidade precisa e de amor, não de religião, cada uma mais bem orquestrada que a outra, proibindo e mudando tudo a sua maneira de ver; são as chamadas doutrinas da minha “igreja”. Uma passa o dia brigando que o nome de DEUS e isso, a outra passa a vida brigando pelo sábado, outras discutem anos e anos sobre roupa, comida, outros passam a vida arrancando dízimos e mais dízimos, etc; enquanto a Biblia ensina que Deus e Amor e quem não amar JAMAIS VERÁ A DEUS.
Voce conhece alguma que vive instigando o povo a AMAR?? A palavra profética nos diz que quando DEUS se manifestar aos homens em gloria, isto e, quando Ele voltar, suas únicas palavras serão: tive fome e não me deste de comer, estava nu e não me vestistes, doente e não me curaste, preso e não fostes me visitar... ai eu quero ver quem passou a vida cuidando de coisas que para Deus são insignificantes.
O filho de Deus, Jesus Cristo foi quem apanhou e voce conhece a historia: foi cuspido, chicoteado, humilhado diante da religião, dos mestres e religiosos, homens estes como Ele caracterizou de sepulturas caiadas, raças de víboras, bonitos por fora e podre por dentro, e hoje qual a diferença dos religiosos, dos supostos ministros do evangelho se eles continuam a chicotear a Jesus, a cuspi-lo e maltratá-lo do mesmo jeito, já que Cristo disse: “ o que fizeres a um dos meus pequeninos a MIM fazes...
Somos livres amados, uma vez que Cristo nos libertou através de sua morte, porque devemos viver debaixo do julgo de homens que tem a mente cauterizada, homens gananciosos, infiéis a palavra de Deus, verdadeiros mercenários do evangelho, escutando suas doutrinas, que o mestre dos mestres chama de fabulas de velhas caducas, somos livres para viver o AMOR DE DEUS.
O Apostolo Paulo nos aconselha tambem a vivermos o amor de Deus descrito em 1 corintios versiculo 13 a 13, que diz: O amor e sofredor, benigno não faz maldade a ninguém, não tem inveja de nada, não trata nossos irmãos com leviandade, não e soberbo, não tem indecência, não busca os seus interesses isto quer dizer que vive numa busca constante pela causa alheia, não se irrita, não suspeita mal de ninguém, não folga com a injustiça, é uma pessoa que ama a justiça é justo em tudo que faz, gosta da verdade: a pessoa que ama seu próximo, tudo sofre, tudo crê, tudo suporta.
Na verdade o mundo, a sua cidade, a sua igreja, o seu vizinho, o seu amigo, sua família, precisam é de AMOR, não de religião e muito menos de religiosos.
CUMPRA A LEI DE DEUS... ame seu próximo como a voce mesmo.

TENHA UM NATAL ABENÇOADO
E UM ANO NOVO CHEIO DE BENÇÃO

UM EXEMPLO DE VIDA A SER IMITADO

Jesus,
um exemplo de vida.

Saber como era Sua rotina, o que fazia, por onde andava são algumas das perguntas de muitos sobre a vida e os hábitos de Jesus. "Jesus viveu como qualquer mortal, sentiu dor, fome, frio, teve gripe e até era comilão quando podia". "Ele foi totalmente humano e nunca experimentou divisão, como se parte dele fosse humana e parte não fosse."

Foi justamente uma figura mais humana que os historiadores apresentaram. Diferente da imagem tradicional, o "retrato falado" de Cristo parece mais real: um homem judeu, moreno, de cabelos curtos, com nariz e lábios grandes. Completamente contrária à imagem de face delicada, pele clara e olhos azuis. Alguns gostaram do novo rosto, outros se negam a acreditar que Cristo tenha sido tão parecido com os homens.

"Acho que este retrato faz parte da livre imaginação, não tem fundamento histórico. Mas ele é importante porque derruba a imagem renascentista da face de Jesus". "Ele não era loiro nem europeu. Por isso, o retrato é mais próximo da realidade e possibilita que as pessoas o vejam de uma forma mais humanizada."
Hoje, Jesus ainda continua perguntando a nós o que, segundo os evangelhos, perguntou aos discípulos um dia: "O que as pessoas dizem a respeito de mim? E para vocês mesmos, quem sou eu?" Mas ele explica que, sobre a pessoa de Jesus, há poucos documentos. "Jesus não escreveu nada. Os textos escritos por discípulos a respeito de Sua vida, além de parciais, são de quase meio século após Sua morte". "Estes relatos apresentam Jesus como homem sábio e bom".

Os evangelhos não se preocupam em contar a vida de Jesus. "A intenção é conservar Sua mensagem e o que Ele revelou sobre Deus”. "Alguns discípulos de Jesus escreveram recordações que tinham de Suas palavras e ações. Este é o material que temos sobre Sua vida nos evangelhos. Apesar de não serem documentos de História ou da Ciência, é por meio deles que podemos conhecer a pessoa de Jesus de Nazaré."

O que significa o nome "Jesus"?

Jesus é a tradução latina do hebraico Jeshu, abreviatura de Ieoshuá. É o mesmo nome de Josué, patriarca que, conforme a Bíblia, conduziu o povo hebreu na entrada da terra prometida. O nome Ieoshuá ou Jesus quer dizer: "O Senhor é salvação". Seu nome é Jesus. "Cristo" (ou Messias) é o título que Ele recebe dos que crêem Nele como enviado de Deus para o mundo. "Jesus Cristo" é a abreviatura da afirmação: "Jesus é o Cristo".

Quando Ele nasceu?


Filho de José (em hebraico Joseph, mesmo nome do patriarca, filho de Jacó) e Maria (em hebraico, Myriam), acredita-se que ele nasceu no ano 4 antes de nossa era. Possivelmente, quando Jesus nasceu, Sua mãe Maria tinha mais ou menos 15 anos e, José, 25. Acredita-se que Jesus perdeu Seu pai quando era adolescente.
Jesus teve irmãos?

Os Evangelhos se referem a alguns "irmãos de Jesus": Tiago, José, Judas e Simão. Fazia parte da cultura da época chamar também de irmãos outros parentes, como tios e primos. Daí algumas Igrejas, como a Católica, deduzem que esses personagens seriam Seus primos. Outras admitem que Maria teve esses outros filhos, depois de Jesus.

Onde Ele viveu?

Jesus cresceu em Nazaré, pequena cidade da Galiléia, que tinha apenas 500 habitantes, e até os 30 anos viveu e trabalhou com sua família. Naquela região, em épocas de plantio e colheita, todos trabalhavam no campo. Na entressafra, viviam de artesanato que, em grego, foi traduzido como carpintaria.

Como era fisicamente?

A população semita do Mediterrâneo era predominantemente de estatura baixa e magra. Jesus deve ter sido moreno queimado, olhos negros ou castanhos e cabelos encrespados. Na Galiléia daquele tempo, a moda era o costume romano de cortar os cabelos e deixar a barba curta. Como Nazaré era um dos focos de resistência contra a cultura grega, podemos imaginar Jesus barbudo, como os antigos judeus.

Que roupas Ele usava?

Os judeus da época se vestiam como as outras pessoas no mundo grego: uma túnica e, sobre esta, um manto. As túnicas na Palestina chegavam pouco abaixo do joelho, mas com o cinto, ficavam acima do joelho. A túnica era uma espécie de camisola de algodão ou linho, sem mangas. O manto era uma capa, geralmente de lã, adornada com franjas e bordas, que se usava sobre a túnica, servindo também como cobertor, tapete e até sela de cavalo. O cinto do manto era de couro ou de fazenda espessa, bastante comprido, para dar várias voltas na cintura. A sandália era de couro ou de pano e presa ao pé por cordões de algodão ou fitas de couro fino. Na cabeça, usava-se um turbante ou um lenço quadrado, preso por uma fita ao redor da cabeça, deixando a parte mais longa para trás protegendo o pescoço. O Evangelho de João conta que Jesus tinha um manto bonito e caro e este foi sorteado entre os soldados, ao pé da cruz.

Como eram Suas refeições?

No tempo de Jesus, comia-se uma grande refeição ao dia. A base da alimentação era farinha, azeite e vinho. Perto do lago, muito peixe e, nas festas, carne, principalmente de cabra, assada ou cozida na água. Além disso, pão, leite, queijo, manteiga, mel, legumes, lentilha, cebola, alho, pepino, repolho, couve-flor, amêndoas, cominho e coentro. As frutas eram uvas, figos, tâmaras e pêssegos. Todos dizem que Jesus gostava muito de comer.


E as casas onde morou?
As descobertas arqueológicas apontam que as construções eram geralmente feitas de pedra, de tijolos e, às vezes, madeira. As casas mais pobres constavam de um cômodo e tinham apenas um andar. A parte superior das casas era constituída por um terraço, cercado de parapeitos, ao qual era possível subir por uma escada exterior. Durante o dia, eram utilizados para secar as roupas ou os cereais e, nas noites quentes, para descansar ou dormir. As casas mais ricas chegavam a ter dois andares, poço, tanques e, às vezes, piscina. Logo na entrada ficava a sala de visitas e, ao lado desta, o quarto dos hóspedes e dos donos da casa. Mais adiante, as acomodações dos servos, a cozinha, a despensa. No segundo andar, os cômodos dos filhos e, quando não era embaixo, o dos donos da casa. As portas eram estreitas e baixas. Havia poucas janelas, sem vidro.

Em quantas cidades Jesus viveu?
Jesus cresceu em Nazaré e lá começou sua missão. Depois, morou um tempo em Cafarnaum, pequena cidade à margem do lago. Finalmente, como profeta itinerante, percorreu com os discípulos, a pé, as aldeias da Galiléia e foi em peregrinação a Jerusalém.

Como era Sua rotina?
Até os 30 anos, Jesus foi lavrador e artesão. Depois, tornou-se- rabino itinerante. Durante o dia, andava, visitava pessoas e realizava funções de curador popular. Quando vivia às margens do lago, pescava. À noite, conforme os Evangelhos, dormia pouco e tinha costume de retirar-se para um lugar mais tranqüilo e fazer vigílias de oração.

Como era a relação de Jesus com Sua família?
O Evangelho diz que Ele viveu como uma criança normal e era obediente ao pai e à mãe. Os evangelhos aludem que a família teve muita dificuldade para compreender a missão Dele. Quando atuava em Nazaré, Sua mãe e irmãos foram buscá-lo. O Evangelho de Marcos diz que eles pensavam que Jesus tinha perdido o juízo. Jesus não cedeu. A mãe e os irmãos pouco a pouco entraram no Seu grupo e se tornaram Seus discípulos.
Jesus sabia ler e escrever?
As pesquisas dizem que a Galiléia era uma região de muito estudo e muita gente letrada. Era costume o pai ensinar a Bíblia aos meninos desde cedo e foi assim também com Jesus. As mulheres eram discriminadas e não aprendiam a ler. Os galileus falavam aramaico, um dialeto da região muito parecido com a língua judaica. Conforme o costume, Jesus decorou muitos textos bíblicos para alimentar sua oração.
Ele teve alguma doença?

Um menino de família pobre deve ter tido doenças, como qualquer criança. A primeira dificuldade de um recém-nascido é regular o intestino. É bom a gente pensar que Jesus teve disenteria e gripe, como qualquer um de nós. Cresceu como um rapaz sadio. Na cruz, por causa das feridas e de não se mexer, pode ter sofrido tétano e gangrena.
Quando Jesus saiu de casa?

Mais ou menos aos 30 anos, Jesus saiu de casa para seguir um profeta que prometia uma mudança na situação do povo: João Batista. Tornou-se discípulo de João e foi por ele batizado no Rio Jordão. Conforme os Evangelhos, ao ser batizado, Jesus viveu uma experiência mística muito forte: recebeu de Deus a revelação de uma missão a cumprir. Escutou Deus chamando-o "meu Filho bem-amado". A partir daí, chamava Deus de "Abba": "Paizinho". Jesus passou a atuar como rabino popular, itinerante, na Galiléia e regiões vizinhas. Curava pessoas doentes, integrava marginalizados na comunidade e anunciava que Deus ama todo mundo.

O que Ele pregava?

Jesus não pregou a si mesmo nem fundou uma religião nova. Viveu a fé judaica e reinterpretou-a para torná-la acessível a toda a humanidade. Conviveu com pessoas que os religiosos marginalizavam como sendo pecadores e condenados por Deus. Integrou mulheres no seu grupo e lhes deu sinais de predileção. Isso provocou conflitos entre ele e chefes judeus. Em uma peregrinação que fez a Jerusalém, durante uma festa de Páscoa, foi preso e condenado à morte pelos romanos com a cumplicidade de autoridades judaicas, que tinham medo da Sua mensagem. Mais tarde, a comunidade dos discípulos reconheceu em Suas palavras e ações uma nova revelação do amor de Deus. A partir dos textos bíblicos, concluíram: "Nós acreditamos que o homem Jesus de Nazaré é o Filho de Deus. Isto significa que Ele tem com Deus uma relação filial extraordinária e particular e, a partir desta relação, Ele nos revela a verdade do amor de Deus para o mundo inteiro."

Jesus tinha a consciência de que era filho de Deus?
Sabia o papel que iria exercer?

Jesus foi totalmente humano e nunca experimentou divisão, como se parte dele fosse humana e parte não fosse. Passou fome e sede, sentiu-se cansado, em algum momento de má-digestão teve au hálito e passou por um período de crise e desânimo, como qualquer pessoa. A partir do batismo, começou a tomar consciência da missão que o Pai lhe confiava, de ser servidor do povo. Esta missão o levou à morte.



Como era a relação de Jesus com o judaísmo?

Jesus nasceu, cresceu e morreu na religião judaica. Nunca imaginou se separar da Sua ou fundar outra religião. Fazia críticas ao templo e aos religiosos, motivadas pela fé no judaísmo e por amor ao seu povo. Como todo judeu piedoso, diariamente recitava a oração do Shema e, a cada sábado, diz o evangelho, freqüentava a sinagoga e tinha o costume de ir em peregrinação a Jerusalém para as grandes festas da Páscoa, Pentecostes e Dedicação do Templo.

Qual era o perfil psicológico de Jesus?

Algumas passagens do Evangelho O mostram irritado, em outras, apresenta-se meio irônico. Como o povo da Galiléia, parece alegre e bem-humorado. É criticado por alguns por ter sido "comilão e bebedor de vinhos, amigo de prostitutas e de cobradores de impostos".

Quem era Seu melhor amigo?

Antes dos 30 anos, Ele vivia com parentes e vizinhos. Depois, acompanhou João Batista no deserto, que tornou-se Seu mestre e amigo. Depois, formou uma comunidade de amigos, dos quais os íntimos eram Pedro, Tiago e João. No grupo, Ele integrou algumas mulheres com as quais teve profunda relação de amizade e companheirismo.

Qual era o nível cultural dos apóstolos?

Em sua maioria, eram simples e de cultura rural. Mais tarde, incorporaram-se pessoas instruídas como Paulo e Lucas, que era médico.

Como Jesus enfrentou a morte?

Com medo, como qualquer um de nós. Várias vezes, quando sentia o risco, fugia. Mas chegou um momento em que Ele não podia mais escapar sem trair a missão. Então, Lucas diz que "Ele endureceu o rosto e caminhou para Jerusalém". Conforme os evangelhos, Ele se entregou para que não prendessem os seus amigos. No Jardim das Oliveiras, foi ao encontro dos soldados e disse: "Eu sou Jesus. Se é a mim que vocês estão procurando, deixem que estes aí possam ir embora."
E a ressurreição?

Materialmente não faz parte da história terrena de Jesus. A ressurreição não é a simples reanimação do cadáver de Jesus. De acordo com os evangelhos, Ele não voltou a esta vida. Ele recebeu do Pai uma vida nova. Deus confirmou tudo o que Jesus fez e disse. Na fé da gente, Jesus revela-se e se manifesta como alguém sempre vivo e atuante.

A JUSTIFICAÇÃO

A Justificação

Ponto de partida: Romanos 8.29-30. “Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou”. Eis a ordem no argumento paulino: o pré-conhecimento divino, a predestinação, a chamada, a justificação e a glorificação. Todos estes elementos são mostrados como atos de Deus. E a santificação? É também um ato de Deus, mas depende de nós, também. Na raiz de tudo: o querer de Deus. Ele é o justificador.

UMA DEFINIÇÃO SEMÂNTICA - “Justificar” tem sua raiz no hebraico tsadaq, que significa “tornar reto”. No grego o termo é dikaioô, que tem o sentido mais jurídico de “absolver”, “declarar inocente”, o oposto exato de condenar. A doutrina da justificação trata desta questão: como um pecador culpado diante de Deus e condenado por seus pecados pode ser declarado inocente? Esta doutrina é o coração do protestantismo. Vale a pena ponderá-la.
JUSTIFICAÇÃO - Uma definição teológica: É o ato de Deus que redime os pecados de homens culpados e que os reputa retos, gratuitamente, por Sua graça, mediante a fé em Cristo, à base, não de suas próprias obras, mas do representante obediente à lei, que derramou seu sangue a favor dos mesmos, o Senhor Jesus. Para subsidiar as partes desta definição, vejamos Romanos 3.23-26, 4.5-8 e 5.18. Justificação é o termo que mais caracteriza a pregação de Paulo. Pode ser resumida a uma frase: Deus perdoa os pecados de quem crê em Jesus Cristo. A idéia é de um pecador condenado diante de um tribunal, e é realmente pecador, mas é declarado inocente. Principalmente em Romanos 4.5-8 vemos que “justificar” significa perdoar, cobrir os pecados e não imputar os pecados.Como pode ser isto? É o que buscaremos ver neste estudo.
UM JUIZ, UM TRIBUNAL E UM RÉU - A linguagem é mesmo de tribunal.
(1) Há um juiz: Gênesis 18.25, Salmo 7.11. Ele julga mesmo; Isaías 5.16 e 10.22. A vinda de Cristo, expressão máxima de sua graça, não significa que ele deixou de julgar. Pelo contrário, Cristo é o padrão pelo qual Deus julgará o mundo: Atos 17.31.
(2) Há um tribunal diante do qual todos compareceremos: Romanos 14.10-12, 2Coríntios 5.10, Hebreus 10.30-31 e 12.22-23.
(3) Há um réu: nós, como pecadores que somos. Vejamos 1Reis 8.46, Romanos 3.23 e 6.23. Este é o quadro: somos pecadores, estamos condenados por um justo Juiz e um dia prestaremos contas a ele. Precisamos ser absolvidos. Como? A RESPOSTA: O CORAÇÃO DA BÍBLIA
A resposta a esta pergunta é o coração da Bíblia. Sua síntese se encontra em Romanos 1.16-17. Foi a grandes descoberta de Lutero e descobri-la levou-o a uma mudança de vida que modificou o cristianismo para sempre. É a bela doutrina da justificação pela fé, que sustem toda a mensagem do evangelho. A expressão chave é o justo viverá da fé.
A partir daqui transcrevo um trecho de uma palestra que apresentei nas conferências teológicas ao campus do Seminário do Sul, em Cabo Frio, sobre Habacuque: Justiça e justificação caminham juntas nas páginas das Escrituras. O Deus justo justifica o pecador. E, quando há juízo, sempre há oferecimento de salvação. É assim com nosso profeta. Haverá juízo sobre Judá. Haverá juízo sobre os caldeus. Mas há salvação. É a Habacuque que devemos o profundo versículo "o justo viverá da fé". Este foi o lema da Reforma e deve ser uma lembrança viva em nossa mente: o homem é salvo pela fé. Foi o brado de Lutero: Sola fidei. E, constantemente, nos meus estudos dou graças a Deus por Lutero e seu entendimento. "Eis o soberbo! A sua alma não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá". Esta expressão final se encontra também em Romanos 1.17, Gálatas 3.11 e Hebreus 10.38. O "soberbo", em Habacuque, é o caldeu. Ele não tem a sua alma reta. O termo hebraico dá a idéia de "inchado". Parece que traduzir "alma", o hebraico nephesh , por "garganta", tem sentido: seu pescoço está inchado. Ele está inchado de sua arrogância. E é um tipo do pecador impenitente que confia em sua capacidade, e está inchado de orgulho por causa disso. "Justo", em Habacuque, é Judá. Não tem a força militar dos caldeus, mas viverá pela fé em Iahweh. São dois tipos bem retratados: o inchado, que confia em si, e o justo, que confia em Deus. Este vive pela fé. Não deposita sua confiança em nada que não seja o seu Deus.
Paulo tomou o texto de Habacuque na versão grega da LXX, como era seu costume. O termo grego é dikáios, que tem sido definido como "o estado aceitável a Deus que o pecador adquire mediante a fé pela qual abraça a graça de Deus, que lhe é outorgada na morte expiatória de Jesus Cristo" [1]. Parece haver uma grande mudança, porque Habacuque não fala de Jesus. Mas foi o termos que os tradutores da Septuaginta usaram. Foi aqui que Paulo compreendeu o que Habacuque queria dizer e transportou o conceito para dentro de sua teologia: "justo" é o que crê na obra de Cristo, confia nela, e não em seus méritos. É esta atitude que evita o juízo. "Fé", em Habacuque, é o hebraico emunah, que significa "firmeza". Vem de aman¸ que significa "firme até o fim". Como bem lembra Sayão, "o termo hebraico emunah tem a idéia de se estar vivendo de modo fiel, firmado na rocha, YHWH. O termo tem a ver com a ordem justa no mundo que depende de Deus para manter-se em equilíbrio..." [2] . Aplica-se, portanto, ao inteiramente dependente de Deus. O justo, aquele que é salvo, é quem crê, firmemente, sem se abalar crê até o fim. Isso nos ajuda a entender porque tantos aparentemente "salvos pela fé" se desviam e acabam se perdendo, enquanto nós, batistas, apregoamos com tanta ênfase a doutrina da justificação pela fé e para sempre. A verdadeira fé é a que permanece. Por isso lemos em 1João 2.19: "Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos". O justificado é justificado para sempre, porque firme até o fim.
OS EFEITOS DA JUSTIFICAÇÃO - Quais são os efeitos da justificação?
O primeiro de todos é livrar-nos da condenação. Ela responde à questão: como me salvar? Vejamos o texto de Romanos 8.31-39. Somos justificados, perdoados, pela fé em Cristo. Israel tentou a justificação pela lei e não conseguiu: Romanos 9.31-33. Nós, gentios, recebemos a justificação porque não dependemos da lei: Romanos 9.30. Cristo justifica o pecador: Romanos 10.4. É fácil ser justificado: Romanos 10.8-11.
O segundo é dar-nos paz: Romanos 5.1. Saber-se perdoado por Deus traz paz infinita. Deus nos perdoou os pecados! Quando cremos em Cristo Deus nos trata como se nunca tivéssemos pecado. Esta paz é mais que tranqüilidade emocional. É certeza de uma vida nova, de ser tratado de maneira diferente por Deus: Romanos 5.1-11.
O terceiro é produzir em nós o desejo de santificação, de abandonar o pecado. Alguém poderia perguntar: Então, se fui perdoado, se Deus usa de graça, posso pecar à vontade? A resposta é NÃO. A justificação faz de nós novas pessoas: Romanos 5.1-7. Aquela pessoa que amava o pecado foi crucificada na cruz de Cristo. Na realidade, Deus não perdoa nossos pecados. Deus os faz cair sobre Cristo. Isaías 53.4-11 mostra isso. Um justificado sabe quanto o pecado custa. Para ele, nada. Mas para Deus, muito. Custou a vida de seu único Filho, Jesus: João 3.16. O indivíduo justificado, por conseguinte, pode ficar certo que nada será capaz de separá-lo do amor de seu Deus (Rm 8.33-39, cf. 5.9). Sua glorificação é certa (Rm 8.30). A inquisição futura, perante o tribunal de Cristo (Rm 14.10 e segs.; 2Co 5.10) poderá privá-lo de certos galardões específicos (1Co 3.15), mas jamais de sua posição de justificado.

A PROPICIAÇÃO

A Propiciação.
O termo é enigmático, e muitos nunca ouviram falar dele, a não ser em algum versículo bíblico em que a palavra aparece. E talvez não tenham notado-o. A melhor explicação para o termo é que nos diz que “propiciação significa a remoção da ira mediante a oferta de algum presente”. Era um ato presente na política internacional no Oriente antigo, quando um rei de alguma nação, para se manter seguro, enviava presente a outro rei, de uma nação mais forte. Era um gesto destinado a cultivar boas relações.
O verbo hebraico que traz a idéia de propiciação é kipper, com a idéia de fazer amizade, de juntar partes opostas e até mesmo em conflito. No Novo Testamento, a idéia mais próxima é “reconciliação”. A idéia do Novo Testamento se entende bem em 2Coríntios 5.21. O sentido do texto é que Deus ofereceu Cristo como presente ao mundo para fazer as pazes com o mundo. É um conceito que nos parece estranho, mas mostra que, no Novo Testamento, JEOVA, O Deus de Israel toma a iniciativa, em Jesus, de propor as pazes ao homem.
ALGUMAS OBJEÇÕES - Como “propiciar” tem a idéia de fazer as pazes, de aceitar um presente para fazer amizade, muita gente se escandaliza. Parece que está se subornando Deus. Mas, como veremos, é ele quem a oferece e não quem a recebe. Outros alegam que a ira de Deus é superdimensionada neste aspecto. Mas a Bíblia fala de um Deus que se ira e que sente indignação: Salmo 7.11-12. É verdade que Deus é tardio em irar-se (Ne 9.17), mas é certo que se ira. A Bíblia mostra que nele misericórdia e ira se completam: Números 14.18.
A propiciação surge exatamente aqui: como temperar ira e misericórdia? Em vez de objeção, a ira de Deus torna necessária a propiciação. Esta ira divina não é um descontrole emocional, mas é parte integrante da moralidade de Deus. Se ele não se indignasse contra o erro e contra o pecado, não seria Absolutamente Santo. Exatamente por ser santo Deus sente ira contra o pecado. Exatamente por ser santo é que tem misericórdia. Aqui surge a propiciação.
O PONTO CENTRAL DA PROPICIAÇÃO - O ponto central da propiciação é este: como remover a ira de Deus? No Antigo Testamento a resposta é clara: a ira não se remove. Ela se desvia. Veja-se o Salmo 78.38. O pecado tem um preço (Ez 18.20 e Rm 6.23). O pecado é tão sério aos olhos de Deus que exige a morte do pecador. A única maneira de se aniquilar o peso do pecado é com a morte. Deus instituiu o sacrifício no culto do Antigo Testamento para ensinar este aspecto. É a morte, através do derramamento do sangue, que faz a propiciação ou expiação dos nossos pecados. A resposta ao ponto central é esta: o sangue faz a expiação (que significa de dois fazer um ou reaproximar dois que estão distantes e em inimizade), idéia parecida com a propiciação. Esta última avança por incluir a idéia de um presente para de dois fazer um.
A IDÉIA NO TABERNÁCULO - O tabernáculo foi o templo móvel de Israel, construído durante a peregrinação pelo deserto. Era um lugar provisório, morada de Deus, lugar de encontro pessoal com Deus (Êx 33.7-11). O tabernáculo tinha o lugar santo, onde ficava o povo, e o santíssimo ou santo dos santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, para fazer a expiação do pecado do povo. No santíssimo ficava a arca da aliança. O nome da tampa da arca era kaporeth, que vem de um verbo da família kpr, que significa “propiciar”. Veja-se Êxodo 25.17-22. Como disse Hoof: “aí o mais perfeito ato de expiação era realizado uma vez por ano pelo sumo sacerdote” (O Pentateuco, p. 145). Devemos ter isto em mente: o lugar mais importante e solene do tabernáculo era onde acontecia a propiciação. Sangue se oferecia a Deus para sua ira se afastar do povo. O sangue era derramado exatamente sobre a tampa da arca, chamada “propiciatório”. “Propiciação” e libertação do poder do pecado se juntam desde cedo, na revelação bíblica. Se a Bíblia não se detém em explicitar a doutrina, a figura está bem presente em suas páginas.
Neste sentido, o propiciatório simbolizava a cruz de Cristo, onde se efetuou o perdão dos pecados, mas com uma diferença: a obra de Cristo não tem prazo de validade. O perdão alcançado no tabernáculo e mais tarde no templo tinha um ano de duração. A cruz é o propiciatório do Novo Testamento, mas com um perdão eterno, sem necessidade de repetição (Hb 9.11-14). A cruz resolveu o problema do pecado para sempre. Cristo é o Cordeiro que remove o pecado do mundo (Jo 1.36). A propiciação, no Antigo Testamento, era um símbolo da obra perfeita de Cristo, em remover nossos pecados e nos reconciliar com Deus (2Co 5.18-19).
Mais uma questão, que não é curiosidade. O dia em que o sumo sacerdote entrava no santíssimo (yom kippur, o dia do perdão), “em tempos posteriores era essa também a única ocasião em que o nome de Deus, portador de sua promessa de ajuda e aliança, era perceptivelmente proferido” (Sacrifício e Culto no Israel do Antigo Testamento, p. 102). O nome sagrado de Deus, que não se pronunciava mais nos tempos de Jesus, era a mais exata expressão do caráter do Pai. Pois bem, o caráter do Pai está ligado à propiciação. É seu caráter que nos garante o perdão dos pecados. Não é o nosso caráter, mas o dele.
A OBRA DE CRISTO - A propiciação é um ato de misericórdia de Deus, quando esta triunfa sobre sua ira. A oração do publicano, na parábola contada por Jesus ilustra isto. Em Lucas 18.13, o que o publicano pede, nas palavras de Jesus, é que Deus seja “propício” a ele, que Deus seja ou faça sua propiciação. Ele precisava de perdão. O fariseu achava que tinha aceitação divina porque era bom. Deus lhe devia isto. O publicano sabia que não era bom, nada tinha de bom, e que só podia alcançar o favor de Deus como um presente divino. Ele devia a Deus. Jesus sintetiza bem sua missão, nesta parábola. Ele, Jesus, é o presente divino para reaproximar as duas partes distanciadas, a divina e a humana. Ao mesmo tempo mostra dois tipos de pessoas. Uma que julga que não precisa de perdão, que Deus deve estar muito contente com ela. Outra que reconhece a necessidade de perdão e sabe que não merece e pede um favor a Deus.
Segundo Hebreus 2.17, Jesus fez a propiciação pelos nossos pecados. Ele mesmo presenteou Deus Pai com sua vida para nos conseguir o perdão. Nesta declaração, a oferta é do Filho. Não há choque com outros textos que dizem que o Pai ofereceu o Filho. É que a epístola aos Hebreus põe o Filho como agente no processo da salvação, em sua linha de argumentação. E lembremos que a Trindade não entra em conflito, mas age sempre em sintonia.
Em 1João 2.2, Jesus é a propiciação pelos nossos pecados. É por isto que ele nos defende, como Advogado, junto ao Pai (1Jo 2.1) Tínhamos, como o publicano da parábola, um débito que não podíamos pagar. Jesus o pagou e por isto pode nos defender. Não devemos mais nada a Deus porque Jesus pagou o preço dos nossos pecados com a sua própria vida. Não se paga um débito duas vezes. Vale a pena a citação do Novo Dicionário da Bíblia neste texto: "Tudo isso nos ajuda a perceber que, aqui, a ‘propiciação’ deve ser tomada em seu sentido usual nas Escrituras.
O escritor sagrado estava descrevendo a atividade de Jesus em prol dos homens, como a única coisa que pode fazer desviar a ira divina” (p. 1331). O texto de 1João 4.10 avança significativamente nesta idéia. O Filho, Jesus, é o presente dado pelo próprio Pai. Difere do pensamento do autor de Hebreus. Mas o que realmente interessa é que não é um presente nosso. Não havia nada que pudéssemos oferecer. Então, o Pai ofereceu o Filho. Aqui, não é o Filho que se autodoa ou autopresenteia ao Pai, mas é o Pai quem oferece o Filho ao mundo. A morte de Cristo é um gesto de amor do Pai para conosco. Esta idéia é confirmada por Romanos 3.25-26, onde se vê que é Deus Pai quem oferece o Filho como propiciação. Quem crê na eficácia do sangue de Cristo (não de animais, mas do sangue de Cristo) é justificado. Conforme o versículo 25, Deus deixa de lado os delitos que o pecador outrora cometeu. Um rei guerreava contra outro por ambição ou porque se sentira ofendido. O pecado ofende a Deus e o levaria a nos guerrear, mas em Cristo ele oferece à humanidade a mão estendida para fazer as pazes. O Novo Testamento vê a propiciação como ato de Deus, seja pelo oferecimento do Pai seja pelo oferecimento do Filho, o mais fácil ficou para o fim. “Propiciação” vem de “propiciar”, que significa tornar favorável. Esta doutrina mostra como é que Deus se torna favorável a nós. Como, de inimigos que somos, ele nos transforma em amigos. Não é por mérito algum que venhamos a apresentar. Na realidade, nem mesmo tomamos a iniciativa. Deus nos oferece a reconciliação e amizade por um gesto seu. É ele quem toma a iniciativa. Cabem aqui as palavras do Batista: “O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (Jo 3.27). Propiciação é um gesto de Deus em nos reconciliar com ele. Ele nos dá. Nós aceitamos.