Vejamos o quanto Jesus sofreu por nossa causa. A descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet : dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão. "Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção."
Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande
medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário.
Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram asterminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento.
Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado!
Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do
capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se
enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.
Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio! Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!
Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.
Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleve para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma torturaque dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre.
O BATISMO DE "SANGUE" DOS SEUS APÓSTOLOS
Simão Pedro: segundo a tradição foi crucificado de cabeça para baixo; André: segundo a tradição crucificado numa cruz em "X", que a partir daí levou o nome de "cruz de Santo André"; Tiago, irmão de João: decapitado (At 12:2); Tiago: segundo a tradição crucificado no Egito; Judas Tadeu: segundo a tradição martirizado na Pérsia; Felipe: segundo a tradição morreu na Frígia; Bartolomeu: segundo a tradição morreu esfolado; Mateus Levi: segundo a tradição martirizado na Etiópia; Tomé Dídimo: segundo a tradição transpassado por flechas; Simão Zelote: crucificado; Judas Iscariotes: suicidou-se após trair o seu Mestre (Mt 27:50); João: segundo a tradição o único a morrer por morte natural depois de tentarem mata-lo mergulhando-o em óleo fervente; "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos" (IJo 3:16).
Um obreiro para ser pastor precisa ser casado, ou pode ser solteiro?
"É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível,esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar..."1Tm 3.2"
"Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
Não, não acredito, nem encontro base bíblica, que diga, que para fazer a obra de Deus, tenha necessidade de ser casado. Muito pelo contrário, vejo que, motivados por certa pressa, alguns ministérios forçam muitos a se casarem preciptadamente, na esperança de serem pastores, e seus ministérios tem sido naufragados mediante separações, consequências de casamentos cegos, frutos da preciptação em unir-se em uma só carne, mal orientados numa velha conversa que "obreiro bom é obreiro casado". Os inúmeros casos de adultérios e traições têem jogado essa heresia por terra.
Mas depende de cada ministério... Depende da seriedade do pastor... Depende de várias questões, vejamos o que A Bíblia diz.
Confesso que, o começo para um pastor solteiro, na Obra de Deus, no exercer do seu ministério muitas das vezes como missionário, para percorrer o Brasil, será melhor que permanessa solteiro, pois o início de um ministério é muito difícil pra quem é solteiro, imagina pra quem é casado, com filhos, etc... É até melhor que seja solteiro, digo isto não como se fosse um mandamento, ou uma regra, mas como se fosse um conselho de quem já passou por isto, pois o homem sozinho é mais fácil de se virar, e até mesmo para que ele tenha um início de aprendizado exclusivo e tranquilo, sem preocupações próprias e oriundas de um casamento. Mas como diz as Escrituras Sagradas: "Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu".(1Cor 7.7,8)
Como alguém pode tornar-se um pastor?
Os discípulos de Jesus dificilmente discutiam sobre quem seria o maior no reino. Muitas vezes Jesus ensinou-lhes que o povo do seu reino não está em busca de posição, "status", honra. Ele ensinou que o maior é aquele que se humilha (Mateus 18:1-4; 20:20-28; Marcos 9:33-37; João 13:1-20). Jesus advertiu contra o uso de títulos especiais e o desejo de lugares especiais (Mateus 23:5-12). Não há hierarquia entre os verdadeiros filhos de Deus, mas simplesmente várias maneiras de servir.
No Novo Testamento, homens eram indicados como pastores em cada congregação, depois que ela tivesse tido tempo suficiente para desenvolver, homens que satisfizessem as qualificações (Atos 14:23; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-7). Esses homens eram também chamados bispos e anciãos. Nenhuma destas palavras era para ser título para elevar esses homens a uma posição de glória especial, mas simplesmente para descrever o trabalho que lhes competia. Pastores têm que cuidar do crescimento e desenvolvimento espiritual do rebanho do Senhor (Atos 20:28; 1 Pedro 5:2-3). Em 1Pedro 5, a advertência é feita sobre o perigo de pastores se tornarem ditadores sobre o rebanho. Deus não queria que as igrejas imitassem as pirâmides da organização das empresas e dos governos (Marcos 10:35-45).
As qualificações para os pastores dadas na Bíblia (Tito 1:5-7; 1 Timóteo 3:1-7) mostram que se eles fossem casados deveriam ser maridos de uma esposa e ter filhos que servem ao Senhor. Eles têm que ser homens espirituais, devotos, honestos, que conhecem e podem ensinar a palavra de Deus. É interessante notar que entre essas qualificações do pastor não há menção a preparação em seminários, habilidade para negócios ou ordenação por alguma organização religiosa. Em vez disso, estas exigências pedem homens humildes, justos, que possam guiar outros cristãos a crescerem para serem como Cristo.
Mesmo quando homens qualificados de acordo com as Escrituras são escolhidos e servem bem como pastores, temos que nos lembrar de dar a Deus o crédito pelo crescimento (1Coríntios 3:4-8). Pastores são simplesmente servos.
O Pastor deve ser Casado???
O Apostolo Paulo aconselha a permanecer como Ele: Solteiro, mas por causa do pecado cada um tenha a sua esposa: "Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
O casamento é uma exigência para o ministério pastoral?
Eu não creio, não acredito nessa postura, e não acho base bíblica para tanto, isso tem sido foco de debates em momentos importantes da história da igreja, mas ela está sendo feita novamente.
Mas que a lógica das Escrituras e a centralidade do casamento na sociedade, ele disse, justificam “a forte inclinação das congregações a convocar um homem que não apenas seja casado, mas fielmente casado”.
Muitos aprendem em seu seminário que “se permanecerem solteiros, eles precisam entender que haverá uma significante limitação em suas habilidades para servir como pastor”.
Bem, a realidade é que o próprio fato do enunciado aqui indica que estou certo em advertir aos obreiros que permanecer solteiro será uma limitação significativa em suas futuras atuações como pastores. Em um primeiro nível, isso é simplesmente um fato – um fato atestado pelo escrito e as estatísticas apresentadas por todas as denominações. Comitês de busca de pastores, refletindo os sentimentos das congregações, claramente preferem um pastor casado com uma esposa e filhos.
E, entretanto, além do fato incontestável que essa é, de fato, a realidade, ainda jaz a questão de que se tal coisa deve ser assim.
Eu fiz uma afirmação acerca disto também, dizendo que a lógica da Bíblia e a centralidade do casamento na sociedade, de fato, justificam a forte inclinação de assegurar-se de ter um pastor que não seja apenas casado, mas que também seja feliz no casamento.
Eu embaso meu argumento nos textos mais normativos do Novo Testamento que descrevem o pastor. Em 1Timóteo 3.1-7 o apóstolo Paulo apresenta Timóteo, e, por conseguinte, a igreja, com esta instrução:
Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.
Este texto sugere claramente que o ministro se for casado que tenha uma só mulher, de fato, “marido de uma mulher”. Agora, o texto não afirma explicitamente que um ministro tem que ser casado ou não pode ser solteiro, mas apresenta o casamento como estado normal, como algo que poderá ajudar o ministro de Deus a não cair nas garras do inimigo..
A preocupação do texto, significativamente, não termina aí. Se o pastor for casado deve “governar bem sua própria casa com toda a dignidade e mantendo seus filhos em submissão”. Mais uma vez o texto não afirma uma impossibilidade de se ter um ministro solteiro, mas persiste na expectativa de um pastor casado com uma esposa e filhos, incluindo filhos obedientes.
Por que isto é assim? Paulo deixa claro que tudo isso faz parte da credibilidade do ministro, “porque se se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” Evidentemente a habilidade de liderar uma família é um sinal importante da habilidade de cuidar da família da fé.
Um ensino semelhante é encontrado em Tito 1.5-9: Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei: Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
Mais uma vez a expectativa normativa é a de que o pastor seja um homem casado com uma esposa e com filhos cristãos. Isso não significa que um ministro solteiro não seja “irrepreensível”, mas enfatiza uma posição padrão de casamento dentro do contexto que não apenas afirma o fato, mas também o coloca dentro do contexto macro das qualificações do pastor.
Por que isso? Além do que já foi afirmado, o pastor casado tem a proteção de uma esposa, o status de um líder no lar, a realização da relação marital, e, assim, a liberdade de se relacionar com a congregação como alguém que já está comprometido dentro do pacto do casamento e que é capaz de servir como um modelo para outros homens dentro da congregação e da comunidade que observa.
Então, o que dizer do ensinamento de Paulo em 1 Coríntios 7 acerca do celibato? Há duas passagens importantes dentro deste capítulo que abordam diretamente a questão: Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (1 Co 7.6-9)
E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher. Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido. E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.(1 Cor 7.32-35).
Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. (Mt19.12)
Há naturalmente grande honra direcionada aqui para aqueles que conseguem viver sem esposa pelo amor do evangelho. Paulo descreve o serviço deles, assim como o seu, indivisível em interesse. Um homem casado deve estar preocupado acerca de como agradar sua esposa, ao passo que o homem solteiro não possui tal preocupação, tendo, portanto, mais liberdade para servir ao Senhor naquilo, conforme Jesus deixou claro, que é o serviço por amor do reino do céu.
Mas isso não é uma frase generalizada afirmando a prioridade do solteirismo, mas em vez disso, afirma um estado de celibato inflexível (não abrasar) pelo amor do serviço ao reino.
Note que esta passagem é endereçada a todos os cristãos, não especificamente para ministros. Indubitavelmente, um cristão solteiro com o dom do celibato é mais livre para o serviço do evangelho e posicionamento na Grande Comissão do que um pastor casado. Mas Paulo não está se contradizendo, e seu conselho acerca dos pastores permanece.
Eu não tenho o direito nem autoridade textual para afirmar inequivocamente que um pastor não possa ser solteiro (no sentido de nunca ter sido casado), mas eu posso aconselhar que a lógica de 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9 levará a maioria das congregações a ter uma expectativa bastante clara, e esta expectativa também refletirá nas intuições das congregações.
O PASTOR PODE SER SOLTEIRO?!
Não tenho objetivo de fazer apologia ao celibato, e creio que se o obreiro for casado terá ao seu lado uma ajudadora, uma companheira que irá abençoar a sua vida, se for solteiro cuide da obra de Deus. 1Cor 7.32.35. Como diz as Escrituras os casados cuidam em agradar a carne e os solteiros cuidam da Obra de Deus.
Porém, não acredito, nem encontro base bíblica, que, para fazer a obra de Deus, tenha necessidade da urgência do matrimônio. Muito pelo contrário, vejo que, motivados por certa pressa, muitos tem se casado preciptadamente, na esperança de ser obreiro, e seus ministérios tem sido naufragados mediante separações, consequências de casamentos cegos, frutos da preciptação em unir-se em uma só carne, mal orientados numa velha conversa que "obreiro bom é obreiro casado". Os inúmeros casos de adultérios e traições tem jogado essa heresia por terra. O Apostolo Paulo em uma de suas cartas aos Corintios aconselhou-os a ficarem como ele solteiros, mas também faz uma advertência, que se alguem n agüentar ficar solteiro que se case por causa das siladas do inimigo.
O QUE SIGNIFICA UMA SÓ MULHER.
O texto bíblico que destaca a necessidade do matrimônio é 1Timóteo 3.1,2. Vamos analisar a passagem: "Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, MARIDO DE UMA MULHER, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, näo dado ao vinho, näo espancador, näo cobiçoso de torpe ganáncia, mas moderado, näo contencioso, näo avarento".
Paulo está exortando a que seja "marido de uma só mulher", assim como exorta a ser honesto, não espancador, etc. Ora, então quem não é pastor pode ser desonesto? Espancador? Cobiçoso? Claro que não! Logo, a passagem não exige que o pastor seja casado, mas que se for casado, que seja marido de uma só mulher. Fiel em seu matrimônio!
BISPO E PASTOR.
O texto bíblico de 1 Timóteo 3:1,2 dirige-se a "bispos". O episcopado é um cargo acima do ministério pastoral. Como o leitor sabe, na escada ministerial, diácono não é o mesmo que missionário; presbítero não é o mesmo que evangelista; bispo também não é o mesmo que pastor. O bispo é um superintendente da igreja que cuida de muitos assuntos delicados, inclusive visitas aos membros da igreja, etc. Um casamento torna-se evidente, pois visitar casas, onde uma mulher poderia estar sozinha, sem estar acompanhado da esposa, não seria ético. Mas esta função também não caberia ao pastor solteiro? Sim, desde que acompanhado de mais irmãos. Ou Jesus não poderia fazer a obra por ser homem e ser o Filho de Deus? O que entra em questão tanto para os casados como para os solteiros é a "vigilância"! Jesus ordenou aos discípulos ir de casa em casa, mas ordenou ir de dois em dois. (Marcos 6:7)
Jesus, que não era casado, afirmou: "Eu sou o bom pastor". (João 10:11) Mas alguém ainda poderá dizer: "-Ah, mas Jesus não casou e era pastor porque Jesus era Jesus..." Se formos levar em consideração essa desculpa de "Jesus era Jesus" então não faremos nada na obra de Deus! Ele mesmo afirmou: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai". (João 14:12) Somos imitadores de Cristo. Paulo aos Coríntios recomendou: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo". (1 Cor. 11:1) Enquanto Ele estava na terra, era o "pastor" que deu a vida pelas suas ovelhas. E, depois que ressuscitou, não nos deixou órfãos, mas enviou o Consolador. (João 14:18) Assim, se tornou não só pastor, mas também bispo, nos visitando através do Espírito Santo.
"Porque éreis desgarrados, como ovelhas, mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas". (1Pedro 2:25)
Muitos ainda alegam o fator "aconselhamento". Como um pastor solteiro iria dar conselhos aos casados, se ele mesmo é solteiro, e não tem experiência?! Sem dúvida que a experiência tem um valor fundamental para o obreiro. Mas por outro lado não há necessidade de se entrar na intimidade de um casal, em assuntos delicados, que chegam a constranger os cônjuges. Muitas vezes isso parte mais da curiosidade de alguns líderes, do que propriamente um interesse sincero em aconselhar. Também nunca ouvi dizer que para se aconselhar um ex-presidiário, eu tivesse que ser um deles. Que para aconselhar uma prostituta, teria que ter passado pelo mundo da prostituição. O apóstolo Paulo, que era solteiro, citou vários conselhos aos casados. (1 Cor 7:1-40)
As inúmeras passagens da Bíblia se referem ao ser humano de uma forma singular. Independente da posição que ocupa, as Escrituras se dirige aos humanos com o termo "homem".
"Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". (Mateus 4:4)
"Porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele". (Romanos 3:20)
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". (1 Cor 11:28)
Qual seria o cargo ministerial deste "homem" que a Bíblia se refere?! Não há especificações de posições! Se dirige a todo homem de um modo geral. Seja um membro leigo, obreiro, diácono, presbítero, evangelista, pastor, etc. Em outra passagem, o apóstolo Paulo aconselha:
"Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher". (1 Cor 7:1)
E Paulo ainda diz mais claro:
"Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
O apóstolo não dita regras. Nem que deve, nem que não se deve casar. Ele mesmo aconselha também que se não consegue conter-se, que se case, por causa da prostituição. Mas se refere ao "homem", e ainda diz mais claro, a "todos os homens". Independente de ser pastor ou não. Como alguns ainda tem a ousadia de dizer, que nestes casos, não pode ser pastor? Por ser solteiro?? Em qual passagem bíblica isso é especificado??? Porque se houver algum "porém" nas passagens que Paulo diz que queria que o homem não tocasse em mulher, que "porém" haverá para o "homem" que examina a si próprio em 1 Cor. 11:28? Isenta pastores ou algum cargo ministerial de examinar-se antes da ceia?! Se não isenta, então fica evidente que homens que ainda não tocaram em mulheres não estão isentos de serem pastores!
"Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério". (1Timóteo 1:12).
"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno". (1 João 2:14)
"Entäo eu disse: Ah, Senhor Deus! Eis que näo sei falar, porque ainda sou uma criança. Mas o Senhor me disse: Näo digas: Eu sou uma criança, porque a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo quanto te mandar, falarás". (Jeremias 1:6,7)
"Então disse o Senhor a Samuel:...Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei. Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Então disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo". (1Sam 16:1,11,12)
Quando Davi foi enfrentar Golias, o filisteu, Saul lhe deu uma palavra nào muito animadora pra quem ia enfrentar um gigante: "Saul, porém, disse a Davi: Não poderás ir contra esse filisteu para pelejar com ele, pois tu ainda és moço". (1 Sam 17:33)
A vitória de Davi contra Golias não dependia do seu estado civil. Ter uma esposa é uma bênção! Ela pode ajudar e muito ao seu esposo que está a frente das batalhas que há no ministério pastoral. Mas esta não é a razão de seu ministério ser vitorioso ou não. Quando Jesus afirmou: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". (João 10:11)
Ele não disse: "O bom pastor é aquele que é casado...que tem uma esposa..." Mas que o bom pastor, ou seja, o verdadeiro pastor, é aquele que se compromete com as suas ovelhas, que dá a vida pelas ovelhas. Acerca de casar ou não, Paulo é bem claro: "Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher". (1 Cor. 7:1)
Como lemos mais a cima, o termo "homem" na Bíblia se refere a todos os homens, independente de ter ou não cargo ministerial.
No livro de êxodo, apesar de Moisés ter casado com Zípora, que diferença fazia uma esposa em sua jornada pelo deserto? Na travessia do Mar Vermelho?? Moisés ficava até 40 dias no monte, como nos relata as Escrituras. Haveria maior dificulade para um solteiro?! Ou muito mais para um casado???
Mas se analisarmos bem, a grande maioria dos que criticam os pastores solteiros, sofrem de uma insegurança muito grande. Principalmente se o pastor tiver uma boa aparência, surge um medo muito grande da esposa o "trair com o pastor". Mas esse já é um outro motivo para a rejeição a um pastor solteiro. Para o azar destes apologistas do matrimônio, os inúmeros casos de adultério com pastores casados tem decepcionado suas teorias. Uma pena! Quando o apóstolo Paulo aconselha: "Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu".
(1 Cor. 7:8)
Ele não dita isso como uma regra moral coletiva, mas pela disponibilidade para a obra de Deus. quanto mais tempo para a Seara, melhor. Ele mesmo completa mais abaixo: "Mas, se não podem conter-se, casem-se". (1 Cor. 7:9)
Ele não diz: "Mas se quiser ser PASTOR, que se case". Não! O fator é: "se não podem conter-se, casem-se". Alguns talvez questionem: "-Mas como um pastor consegue ficar solteiro?" Ora, se eu "posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13), porque questiono o fortalecimento na vida de um pastor que é solteiro?! Ou os jovens da mocidade também não podem aguardar o casamento e vivem caindo uns com os outros durante o namoro e noivado?? Não é uma situação que também requer vigilância?!
Será que um pastor que por acaso vier a ficar viúvo, tem que ser imediatamente retirado do cargo??? Ora, afinal ele vai ficar como um solteiro. Deve ser "desconsagrado" do ministério pastoral?! Assim como o jovem solteiro, o pastor viúvo não teria graça, unção e fortalecimento do Senhor para pastorear?! Alguns acham pecado um pastor ser solteiro, mas não acham pecado sair de casa para a igreja brigados com a esposa, e ainda ministrar a Santa Ceia. Uma realidade que acontece todos os dias, em todos os lugares, em qualquer igreja. Seria isso menos pior que um pastor ser solteiro?!
Se Davi foi ungido Rei ainda mancebo, se venceu Golias ainda moço, detonando a sabedoria de Saul, se Samuel foi chamado aos doze anos de idade, se Jeremias se achava uma criança e recebeu as ordens do Senhor, se Paulo viveu sozinho e cumpriu seu ministério, então está claro que um pastor pode ser solteiro sim, e ser um excelente pastor, um vitorioso, mais que vencedor, em nome de Jesus Cristo.
"Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor, mas quem é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar a sua mulher, e está dividido".(1 Cor.
7:32-34)
Divorciados podem ser Pastores?
O que é o esposo de uma só mulher? Há três interpretações possíveis para “esposo de uma só mulher” em 1 Timóteo 3:2 – “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
(1) Talvez essa passagem esteja dizendo apenas que um polígamo não é qualificado para ser um pastor/ presbítero/ diácono. Essa é a interpretação mais literal da frase, mas aparenta ser improvável já que poligamia era bem rara durante a época que Paulo estava escrevendo.
(2) A frase também pode ser traduzida como “homem de uma mulher só”. Isso indicaria que um bispo deve ser completamente leal à mulher com quem é casado. Essa interpretação se focaliza mais em pureza moral do que em estado civil.
(3) Essa frase também pode estar declarando que para ser um pastor/presbítero/diácono, um homem só pode ter sido casado uma vez, com exceção do caso de um viúvo que se casou de novo.
As interpretações (2) e (3) são as mais prevalentes hoje. Eu tenho a tendência de aceitar a interpretação número 2, primeiramente porque a Bíblia aparenta permitir o divórcio em circunstâncias excepcionais (Mateus 19:9; 1 Coríntios 7:12-16). Também é importante diferenciar entre um homem que era divorciado e casou de novo antes de se converter de um homem que se divorciou e casou de novo depois de se converter. Eu não acho que um homem que seja qualificado em todas as outras áreas não pode exercer liderança na igreja por causa das ações que cometeu antes de vir a Cristo como Salvador. Apesar de não acreditar que 1 Timóteo 3:2 exclua necessariamente um homem divorciado ou casado de novo de ser um pastor/presbítero/diácono, há outros problemas a serem considerados.
A primeira qualificação de um pastor/presbítero/diácono é que ele seja irrepreensível,(1 Timóteo 3:2). Se divórcio/ novo casamento resulta em um pobre testemunho para aquele homem em sua igreja ou comunidade, talvez a qualificação de ser “irrepreensível” o exclua, ao invés da exigência de “esposo de uma só mulher”. Um pastor/presbítero/diácono é para ser um homem do qual a igreja e comunidade podem se orgulhar e ter como exemplo de um líder que é como a Cristo e tem liderança religiosa. Se seu divórcio/ novo casamento detrata desse objetivo, talvez ele não deva exercer a posição de pastor/ presbítero/diácono. É importante lembrar, no entanto, que só porque um homem é desqualificado de servir como um pastor/presbítero/diácono, que isso não significa que ele não é um membro valioso do Corpo de Cristo. Todo Cristão possui dons espirituais (1 Coríntios 12:4-7) e é chamado para edificar outros crentes com seus dons (1 Coríntios 12:7). Um homem que é desqualificado da posição de pastor/ presbítero/diácono ainda pode ensinar, pregar, servir, orar, louvar e fazer uma parte importante da liderança da igreja.
Perfil de um homem de Deus
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Era homem de profunda piedade e discernimento espiritual, inteiramente dedicado à realização dos propósitos de Deus referentes a Israel (...) Foi chamado para guiar a Israel em algumas das maiores crises de sua história, e chega quase à estatura do próprio Moisés. Sem qualquer vontade de sua parte, viu-se no papel de ‘fabricante de reis’, pois foi comissionado a ungir a Saul, o primeiro rei, então a Davi, o maior dos reis de Israel.
É justamente dessa vida de que vamos pintar alguns traços para compor o perfil de um homem de Deus.
1. Chamada
Ninguém pode se apresentar onde quer que seja como homem de Deus a não ser que tenha sido chamado. E quem chama é o próprio Deus: "Rogai, pois ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".(Mat 9.38). Foi assim com Abraão:"Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei".(Gn 12.1); foi assim com Moisés:"Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tires do Egito o meu povo, os filhos de Israel".(Êxodo 3.10); foi assim com Paulo: "mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer".(Atos 9.6). O homem de Deus tem uma inequívoca chamada de Deus" Samuel! Samuel! Ao que respondeu Samuel: Fala, porque o teu servo ouve"(1Samuel 3.10). Você se lembra do dia em que Deus o chamou?
2. Preparo
Quando Deus chama alguém para uma tarefa específica na sua seara, Ele mesmo provê o preparo necessário. Às vezes, antes da própria chamada, como ocorreu com Moisés (na casa de Faraó), com Paulo (aos pés de Gamaliel). O homem de Deus precisa de preparo, e na vida de Samuel percebemos esse traço bem delineado:"Samuel, porém, ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino..." (1Samuel 2.18);"Entrementes, o menino Samuel crescia diante do Senhor, como também diante dos homens"(1Samuel 2.26). É interessante notar que Lucas, ao descrever o crescimento de Jesus, praticamente copia este último verso (Lucas 2.52). O preparo de Samuel foi integral: compreendeu teoria e prática. E o seu preparo, como tem sido?
3. Trabalho
Este traço na vida de Samuel extrapola o seu tempo:"Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. De ano em ano rodeava por Betel, Gilbal e Mizpá, julgando a Israel em todos esses lugares. Depois voltava a Ramá, onde estava a sua casa, e ali julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor"(1Samuel 7.15-17). Nestes tempos de ativismo é bom prestar atenção a essas palavras. O texto deixa claro que Samuel, embora trabalhasse todos os dias, era um homem organizado. Seu trabalho submetia-se a um planejamento anual. Será que temos conseguido planejar nosso trabalho pelo menos pra uma semana? O homem de Deus precisa ser devotado ao trabalho:"Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar".(Josué 9.4).
4. Fé
O quarto traço que pretendo avivar neste perfil do homem de Deus é a fé. Sem fé a chamada perde todo o seu sentido; sem fé, o preparo é incompleto; sem fé, o trabalho é infrutífero:"Ora, sem fé é impossível agradar a Deus"(Hebreus 11.6). O homem de Deus precisar ser, necessariamente, um homem de fé. Samuel o foi. A casa de Israel estava afastada de Deus e entregue a toda a sorte de idolatria. Os filisteus eram ameaça iminente. Diante dessa situação caótica Samuel reúne o povo para dizer que a esperança está em Deus. Começa com uma condição:"Se de todo o vosso coração voltais para o Senhor” e conclui com uma promessa: “ele vos livrará da mão dos filisteus" (1Samuel 7.3). O povo aceitou o desafio, voltou-se para Deus, confessando seu pecado e livrando-se dos ídolos. O inimigo veio com toda a sua fúria, enquanto o povo mais se aproximava de Samuel:"Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós para que nos livre da mão dos filisteus (1Samuel 7.9). Indiferente ao ataque do inimigo, Samuel ofereceu um cordeiro em holocausto, clamou ao Senhor, e o Senhor honrou a sua fé:"Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegavam para pelejar contra Israel; mas o Senhor trovejou naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os aterrou; de modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel"(1Samuel 7.10). O homem de Deus precisa não somente de fé; é necessário que ele viva a sua fé, diante do povo.
5. Transparência
Mais do que em qualquer outra época o ministério precisa de transparência. Vivemos numa época de golpes, de falcatruas; estamos no tempo em que a lei é levar vantagem em tudo. Nunca a figura do pastor foi tão aviltada, até porque está muito difícil estabelecer a diferença que existe entre pastor e pastor. Na vida de Samuel o texto fala por si só:"Eis-me aqui! Testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho oprimido? ou da mão de Deus tenho recebido suborno para encobrir com ele os meus olhos? E eu vo-lo restituirei. Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém. Ele lhes disse: O senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que respondeu o povo: Ele é testemunha"(1Samuel 12.3-5). A vida do homem de Deus deve ser marcada pela transparência: ampla; geral; irrestrita.
6. Amor — Na composição do perfil de um homem de Deus, sem dúvida, o amor é um traço de todo indispensável. Aliás, o traço do amor, de tão importante que é, não sobressai, justamente porque, estando presente em todos os demais, confunde-se com eles. A vida de um homem de Deus é uma vida de amor. Assim é que, na vida de Samuel, não vou destacar um momento caracterizado pelo amor. A sua vida inteira foi uma vida permeada pelo amor."Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida"(1Samuel 7.15). Se você quer ser um verdadeiro homem de Deus, comece por amar o povo.
7. Humildade
Para completar este perfil em que estamos trabalhando, vamos pinçar o sétimo e último traço, característico da vida de Samuel — a humildade. Se o homem aceita o desafio da chamada, adquire o preparo necessário e se dedica ao trabalho com fé, transparência e amor, com certeza Deus vai atuar grandemente em seu ministério, e é aí que ele vai ter que demonstrar toda a sua humildade. Embora seja tentado, a cada momento, a achar que é ele quem está realizando uma grande obra, não pode perder de vista o fato de que é Deus quem realiza, através da sua instrumentalidade. Se porventura há honra, glória, louvor, tudo deve ser dirigido única e exclusivamente a Deus. A postura do homem de Deus é aquela recomendada pelo Mestre: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somo servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer"(Lucas 17.10). Foi a atitude de Samuel. Embora a sua atuação tenha sido decisiva na derrota dos filisteus, ele fez questão de deixar bem claro para o povo que todo o mérito pertencia ao Senhor. “Então Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e lhe chamou Ebenézer; e disse:"Até aqui nos ajudou o Senhor"(1Samuel 7.12). Você é um homem de Deus? Como está hoje o seu perfil? A minha oração neste seu dia é que o povo tenha condição de dizer a seu respeito:
"Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e ele é muito considerado; tudo quanto diz, sucede infalivelmente. Vamos, pois, até lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir"(1Samuel 9.6).
Pastores Aprovados por Deus
Há pastores na maioria das igrejas. Muitas pessoas almejam o cargo de pastor. Biblicamente, a função dos pastores é cuidar do rebanho (igreja) de Deus (veja 1 Pedro 5:1-2; Atos 20:28). Como servos de Deus, os verdadeiros pastores mostrarão a sua preocupação com a vontade do Senhor, fazendo e ensinando o que ele diz.
Este estudo, necessariamente, se baseia na Bíblia. O referido estudo é para ajudar pessoas honestas a servirem melhor ao Senhor Deus de Israel. como a única fonte de informações sobre a vontade dele. Não tenho nenhum motivo para defender nem atacar qualquer pessoa ou organização religiosa. Meu propósito é bem simples: servir a Deus e ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Sem dúvida, este estudo não agradará a todos. Da mesma maneira que o ensinamento de Jesus desafiou os líderes religiosos de sua época, a palavra dele exige mudanças radicais por parte dos líderes de muitas igrejas hoje. Não podemos forçar ninguém a mudar, mas podemos e devemos avisar sobre o perigo de seguir a sabedoria humana (leia Provérbios 14:12; Isaías 55:6-9; Jeremias 10:23; Ezequiel 3:18-21). Eu sei, de antemão, que este estudo vai contrariar os ensinamentos e as práticas de muitos pastores e de muitas igrejas. Mas, eu não posso servir a Deus e agradar a todos os homens (Gálatas 1:10). Peço que você aborde o assunto com mansidão e o desejo de aprender a aplicar a palavra do Senhor. "Portanto, despojando_vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai_vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando_vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha_se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem_aventurado no que realizar" (Tiago 1:21-25).
Pastores/anciãos no Velho Testamento
No Novo Testamento, o evangelho de Cristo, fornece o padrão para a igreja de hoje (João 12:48-50; Hebreus 8:6-13; 2 João 9; Colossenses 3:17). Mas o Antigo Testamento contém exemplos instrutivos que ajudam para entender a vontade de Deus (1 Cor. 10:1-13; Romanos 15:4). No Velho Testamento, encontramos líderes entre o povo de Israel chamados, às vezes, anciãos (o sentido da palavra presbítero no Novo Testamento). Os anciãos das cidades israelitas resolveram problemas que surgiram entre as pessoas (Deuteronômio 21:2,19; 22:15-17; Rute 4:1-11). Quando não conduziram o povo no caminho de Deus, ele cobrou: "O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está em vossa casa. Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis a face dos pobres? —diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 3:14-15). Deus condenou os pastores gananciosos que não compreenderam a vontade dele e conduziram o povo ao pecado (Isaías 56:9-12). Jeremias transmitiu as palavras do Senhor sobre pastores maus: "Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos" (Jeremias 10:21). "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! —diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o Senhor" (Jeremias 23:1-2).
Pastores nas igrejas do Novo Testamento
No Novo Testamento, encontramos muitas referências aos pastores/presbíteros/ bispos. Descobrimos em Atos 20:17 e 28 que esses três termos se referem aos mesmos homens (veja, também, 1 Pedro 5:1-2, onde os presbíteros pastoreiam). Não temos nenhuma base bíblica para usar o termo "bispo" para descrever um cargo, "pastor" para outro e "presbítero" para ainda outro. Pastores, bispos e presbíteros são os mesmos servos. Lendo o livro de Atos, achamos vários versículos que mencionam presbíteros: na Judéia (11:30); em cada igreja na Ásia Menor (14:23); em Jerusalém (15:2,4,6,22,23; 16:4); da igreja em Éfeso (20:17,28) e, mais uma vez, em Jerusalém (21:18). As epístolas, também, se referem aos homens que pastoreavam as igrejas: "pastores e mestres" (Efésios 4:11); "bispos" em Filipos (Filipenses 1:1); "o presbitério" (1 Timóteo 4:14); "presbíteros que há entre vós" (1 Pedro 5:1; aqui aprendemos que Pedro era presbítero, um dos dois apóstolos assim identificados (2 João 1 e 3 João 1).
O trabalho dos presbíteros inclui várias funções importantes: pastorear (Atos 20:28; 1 Pedro 5:2); ensinar (Efésios 4:11-16; Tito 1:9); ser modelos (1 Pedro 5:3); presidir (1 Timóteo 5:17); vigiar (Atos 20:31); velar por almas (Hebreus 13:17); guiar (Hebreus 13:17); cuidar/governar (1 Timóteo 3:5); ser despenseiro de Deus (Tito 1:7); exortar (Tito 1:9); calar os enganadores (Tito 1:9-11); etc.
Observamos em todos os exemplos bíblicos que as igrejas que tinham presbíteros sempre tinham mais de um. Seja em Jerusalém, Éfeso, Filipos ou outro lugar, sempre fala dos presbíteros no plural. A prática comum nas igrejas de hoje, de ter um só pastor numa congregação, não tem nenhum fundamento bíblico.
As qualificações bíblicas de pastores/presbíteros/bispos
Paulo cita as qualificações dos bispos/presbíteros em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto. Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).
"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).
"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).
Leia esses trechos com bastante atenção. Os pastores na sua igreja têm todas essas qualificações? São homens? Casados? Pais de famílias? Com filhos crentes? Conhecedores da palavra? Hospitaleiros? Respeitados por todos? Irrepreensíveis? Professores capazes? Amigos do bem? Têm todas as outras qualidades citadas aqui? Homens com todas essas qualificações são uma grande bênção ao povo de Deus, e serão extremamente úteis nas igrejas locais onde servem como presbíteros. Mas, pessoas que não têm essas qualificações não são autorizadas por Deus a serem pastores. A igreja que escolhe pessoas não-qualificadas como bispos está desrespeitando a palavra de Deus. Pessoas não-qualificadas que aceitam o cargo de pastor estão agindo contra o Supremo Pastor. Presbíteros não-qualificados que continuam nesse papel estão violando a palavra de Deus.
É notável que essas passagens não falam nada sobre escolaridade, cursos superiores, cursos de teologia, diplomas, certificados de seminários, etc. Muitas igrejas têm colocado tais coisas como seus próprios requerimentos, deixando de lado as exigências de Deus.
Desafios atuais
O propósito é desafiar cada leitor a estudar mais, procurando entender bem o que Deus revelou sobre liderança na igreja. Mas, não é o bastante ouvir a palavra. Tem que praticá-la (Tiago 1:22-25). Se você, ou a igreja onde você congrega, esteja agindo de forma errada, há uma solução só: arrepender-se e começar a obedecer ao Senhor. Pastores não-qualificados devem renunciar ou serem removidos do cargo, para não trazer a ira de Deus sobre a igreja. E se sua igreja insiste em manter pastor(es) não aprovado(s) de Deus, você terá que escolher entre Deus e os homens (Mateus 15:9; Josué 24:15). Tal igreja está desordenada (Tito 1:5) e não procede como deve (1 Timóteo 3:15). Igrejas que ainda não têm presbíteros devem encorajar todos os homens a se desenvolverem espiritualmente para serem qualificados, se possível, no futuro.
É bem provável que alguns leitores, especialmente os que fazem parte da liderança de algumas denominações, não gostarão deste artigo. Não aceite nada que vem de mim ou de qualquer outro homem; mas não rejeite nada que vem de Deus. "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo" (Gálatas 1:10).
"Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
Não, não acredito, nem encontro base bíblica, que diga, que para fazer a obra de Deus, tenha necessidade de ser casado. Muito pelo contrário, vejo que, motivados por certa pressa, alguns ministérios forçam muitos a se casarem preciptadamente, na esperança de serem pastores, e seus ministérios tem sido naufragados mediante separações, consequências de casamentos cegos, frutos da preciptação em unir-se em uma só carne, mal orientados numa velha conversa que "obreiro bom é obreiro casado". Os inúmeros casos de adultérios e traições têem jogado essa heresia por terra.
Mas depende de cada ministério... Depende da seriedade do pastor... Depende de várias questões, vejamos o que A Bíblia diz.
Confesso que, o começo para um pastor solteiro, na Obra de Deus, no exercer do seu ministério muitas das vezes como missionário, para percorrer o Brasil, será melhor que permanessa solteiro, pois o início de um ministério é muito difícil pra quem é solteiro, imagina pra quem é casado, com filhos, etc... É até melhor que seja solteiro, digo isto não como se fosse um mandamento, ou uma regra, mas como se fosse um conselho de quem já passou por isto, pois o homem sozinho é mais fácil de se virar, e até mesmo para que ele tenha um início de aprendizado exclusivo e tranquilo, sem preocupações próprias e oriundas de um casamento. Mas como diz as Escrituras Sagradas: "Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu".(1Cor 7.7,8)
Como alguém pode tornar-se um pastor?
Os discípulos de Jesus dificilmente discutiam sobre quem seria o maior no reino. Muitas vezes Jesus ensinou-lhes que o povo do seu reino não está em busca de posição, "status", honra. Ele ensinou que o maior é aquele que se humilha (Mateus 18:1-4; 20:20-28; Marcos 9:33-37; João 13:1-20). Jesus advertiu contra o uso de títulos especiais e o desejo de lugares especiais (Mateus 23:5-12). Não há hierarquia entre os verdadeiros filhos de Deus, mas simplesmente várias maneiras de servir.
No Novo Testamento, homens eram indicados como pastores em cada congregação, depois que ela tivesse tido tempo suficiente para desenvolver, homens que satisfizessem as qualificações (Atos 14:23; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-7). Esses homens eram também chamados bispos e anciãos. Nenhuma destas palavras era para ser título para elevar esses homens a uma posição de glória especial, mas simplesmente para descrever o trabalho que lhes competia. Pastores têm que cuidar do crescimento e desenvolvimento espiritual do rebanho do Senhor (Atos 20:28; 1 Pedro 5:2-3). Em 1Pedro 5, a advertência é feita sobre o perigo de pastores se tornarem ditadores sobre o rebanho. Deus não queria que as igrejas imitassem as pirâmides da organização das empresas e dos governos (Marcos 10:35-45).
As qualificações para os pastores dadas na Bíblia (Tito 1:5-7; 1 Timóteo 3:1-7) mostram que se eles fossem casados deveriam ser maridos de uma esposa e ter filhos que servem ao Senhor. Eles têm que ser homens espirituais, devotos, honestos, que conhecem e podem ensinar a palavra de Deus. É interessante notar que entre essas qualificações do pastor não há menção a preparação em seminários, habilidade para negócios ou ordenação por alguma organização religiosa. Em vez disso, estas exigências pedem homens humildes, justos, que possam guiar outros cristãos a crescerem para serem como Cristo.
Mesmo quando homens qualificados de acordo com as Escrituras são escolhidos e servem bem como pastores, temos que nos lembrar de dar a Deus o crédito pelo crescimento (1Coríntios 3:4-8). Pastores são simplesmente servos.
O Pastor deve ser Casado???
O Apostolo Paulo aconselha a permanecer como Ele: Solteiro, mas por causa do pecado cada um tenha a sua esposa: "Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
O casamento é uma exigência para o ministério pastoral?
Eu não creio, não acredito nessa postura, e não acho base bíblica para tanto, isso tem sido foco de debates em momentos importantes da história da igreja, mas ela está sendo feita novamente.
Mas que a lógica das Escrituras e a centralidade do casamento na sociedade, ele disse, justificam “a forte inclinação das congregações a convocar um homem que não apenas seja casado, mas fielmente casado”.
Muitos aprendem em seu seminário que “se permanecerem solteiros, eles precisam entender que haverá uma significante limitação em suas habilidades para servir como pastor”.
Bem, a realidade é que o próprio fato do enunciado aqui indica que estou certo em advertir aos obreiros que permanecer solteiro será uma limitação significativa em suas futuras atuações como pastores. Em um primeiro nível, isso é simplesmente um fato – um fato atestado pelo escrito e as estatísticas apresentadas por todas as denominações. Comitês de busca de pastores, refletindo os sentimentos das congregações, claramente preferem um pastor casado com uma esposa e filhos.
E, entretanto, além do fato incontestável que essa é, de fato, a realidade, ainda jaz a questão de que se tal coisa deve ser assim.
Eu fiz uma afirmação acerca disto também, dizendo que a lógica da Bíblia e a centralidade do casamento na sociedade, de fato, justificam a forte inclinação de assegurar-se de ter um pastor que não seja apenas casado, mas que também seja feliz no casamento.
Eu embaso meu argumento nos textos mais normativos do Novo Testamento que descrevem o pastor. Em 1Timóteo 3.1-7 o apóstolo Paulo apresenta Timóteo, e, por conseguinte, a igreja, com esta instrução:
Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.
Este texto sugere claramente que o ministro se for casado que tenha uma só mulher, de fato, “marido de uma mulher”. Agora, o texto não afirma explicitamente que um ministro tem que ser casado ou não pode ser solteiro, mas apresenta o casamento como estado normal, como algo que poderá ajudar o ministro de Deus a não cair nas garras do inimigo..
A preocupação do texto, significativamente, não termina aí. Se o pastor for casado deve “governar bem sua própria casa com toda a dignidade e mantendo seus filhos em submissão”. Mais uma vez o texto não afirma uma impossibilidade de se ter um ministro solteiro, mas persiste na expectativa de um pastor casado com uma esposa e filhos, incluindo filhos obedientes.
Por que isto é assim? Paulo deixa claro que tudo isso faz parte da credibilidade do ministro, “porque se se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” Evidentemente a habilidade de liderar uma família é um sinal importante da habilidade de cuidar da família da fé.
Um ensino semelhante é encontrado em Tito 1.5-9: Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei: Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
Mais uma vez a expectativa normativa é a de que o pastor seja um homem casado com uma esposa e com filhos cristãos. Isso não significa que um ministro solteiro não seja “irrepreensível”, mas enfatiza uma posição padrão de casamento dentro do contexto que não apenas afirma o fato, mas também o coloca dentro do contexto macro das qualificações do pastor.
Por que isso? Além do que já foi afirmado, o pastor casado tem a proteção de uma esposa, o status de um líder no lar, a realização da relação marital, e, assim, a liberdade de se relacionar com a congregação como alguém que já está comprometido dentro do pacto do casamento e que é capaz de servir como um modelo para outros homens dentro da congregação e da comunidade que observa.
Então, o que dizer do ensinamento de Paulo em 1 Coríntios 7 acerca do celibato? Há duas passagens importantes dentro deste capítulo que abordam diretamente a questão: Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (1 Co 7.6-9)
E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher. Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido. E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.(1 Cor 7.32-35).
Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. (Mt19.12)
Há naturalmente grande honra direcionada aqui para aqueles que conseguem viver sem esposa pelo amor do evangelho. Paulo descreve o serviço deles, assim como o seu, indivisível em interesse. Um homem casado deve estar preocupado acerca de como agradar sua esposa, ao passo que o homem solteiro não possui tal preocupação, tendo, portanto, mais liberdade para servir ao Senhor naquilo, conforme Jesus deixou claro, que é o serviço por amor do reino do céu.
Mas isso não é uma frase generalizada afirmando a prioridade do solteirismo, mas em vez disso, afirma um estado de celibato inflexível (não abrasar) pelo amor do serviço ao reino.
Note que esta passagem é endereçada a todos os cristãos, não especificamente para ministros. Indubitavelmente, um cristão solteiro com o dom do celibato é mais livre para o serviço do evangelho e posicionamento na Grande Comissão do que um pastor casado. Mas Paulo não está se contradizendo, e seu conselho acerca dos pastores permanece.
Eu não tenho o direito nem autoridade textual para afirmar inequivocamente que um pastor não possa ser solteiro (no sentido de nunca ter sido casado), mas eu posso aconselhar que a lógica de 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9 levará a maioria das congregações a ter uma expectativa bastante clara, e esta expectativa também refletirá nas intuições das congregações.
O PASTOR PODE SER SOLTEIRO?!
Não tenho objetivo de fazer apologia ao celibato, e creio que se o obreiro for casado terá ao seu lado uma ajudadora, uma companheira que irá abençoar a sua vida, se for solteiro cuide da obra de Deus. 1Cor 7.32.35. Como diz as Escrituras os casados cuidam em agradar a carne e os solteiros cuidam da Obra de Deus.
Porém, não acredito, nem encontro base bíblica, que, para fazer a obra de Deus, tenha necessidade da urgência do matrimônio. Muito pelo contrário, vejo que, motivados por certa pressa, muitos tem se casado preciptadamente, na esperança de ser obreiro, e seus ministérios tem sido naufragados mediante separações, consequências de casamentos cegos, frutos da preciptação em unir-se em uma só carne, mal orientados numa velha conversa que "obreiro bom é obreiro casado". Os inúmeros casos de adultérios e traições tem jogado essa heresia por terra. O Apostolo Paulo em uma de suas cartas aos Corintios aconselhou-os a ficarem como ele solteiros, mas também faz uma advertência, que se alguem n agüentar ficar solteiro que se case por causa das siladas do inimigo.
O QUE SIGNIFICA UMA SÓ MULHER.
O texto bíblico que destaca a necessidade do matrimônio é 1Timóteo 3.1,2. Vamos analisar a passagem: "Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, MARIDO DE UMA MULHER, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, näo dado ao vinho, näo espancador, näo cobiçoso de torpe ganáncia, mas moderado, näo contencioso, näo avarento".
Paulo está exortando a que seja "marido de uma só mulher", assim como exorta a ser honesto, não espancador, etc. Ora, então quem não é pastor pode ser desonesto? Espancador? Cobiçoso? Claro que não! Logo, a passagem não exige que o pastor seja casado, mas que se for casado, que seja marido de uma só mulher. Fiel em seu matrimônio!
BISPO E PASTOR.
O texto bíblico de 1 Timóteo 3:1,2 dirige-se a "bispos". O episcopado é um cargo acima do ministério pastoral. Como o leitor sabe, na escada ministerial, diácono não é o mesmo que missionário; presbítero não é o mesmo que evangelista; bispo também não é o mesmo que pastor. O bispo é um superintendente da igreja que cuida de muitos assuntos delicados, inclusive visitas aos membros da igreja, etc. Um casamento torna-se evidente, pois visitar casas, onde uma mulher poderia estar sozinha, sem estar acompanhado da esposa, não seria ético. Mas esta função também não caberia ao pastor solteiro? Sim, desde que acompanhado de mais irmãos. Ou Jesus não poderia fazer a obra por ser homem e ser o Filho de Deus? O que entra em questão tanto para os casados como para os solteiros é a "vigilância"! Jesus ordenou aos discípulos ir de casa em casa, mas ordenou ir de dois em dois. (Marcos 6:7)
Jesus, que não era casado, afirmou: "Eu sou o bom pastor". (João 10:11) Mas alguém ainda poderá dizer: "-Ah, mas Jesus não casou e era pastor porque Jesus era Jesus..." Se formos levar em consideração essa desculpa de "Jesus era Jesus" então não faremos nada na obra de Deus! Ele mesmo afirmou: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai". (João 14:12) Somos imitadores de Cristo. Paulo aos Coríntios recomendou: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo". (1 Cor. 11:1) Enquanto Ele estava na terra, era o "pastor" que deu a vida pelas suas ovelhas. E, depois que ressuscitou, não nos deixou órfãos, mas enviou o Consolador. (João 14:18) Assim, se tornou não só pastor, mas também bispo, nos visitando através do Espírito Santo.
"Porque éreis desgarrados, como ovelhas, mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas". (1Pedro 2:25)
Muitos ainda alegam o fator "aconselhamento". Como um pastor solteiro iria dar conselhos aos casados, se ele mesmo é solteiro, e não tem experiência?! Sem dúvida que a experiência tem um valor fundamental para o obreiro. Mas por outro lado não há necessidade de se entrar na intimidade de um casal, em assuntos delicados, que chegam a constranger os cônjuges. Muitas vezes isso parte mais da curiosidade de alguns líderes, do que propriamente um interesse sincero em aconselhar. Também nunca ouvi dizer que para se aconselhar um ex-presidiário, eu tivesse que ser um deles. Que para aconselhar uma prostituta, teria que ter passado pelo mundo da prostituição. O apóstolo Paulo, que era solteiro, citou vários conselhos aos casados. (1 Cor 7:1-40)
As inúmeras passagens da Bíblia se referem ao ser humano de uma forma singular. Independente da posição que ocupa, as Escrituras se dirige aos humanos com o termo "homem".
"Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". (Mateus 4:4)
"Porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele". (Romanos 3:20)
"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice". (1 Cor 11:28)
Qual seria o cargo ministerial deste "homem" que a Bíblia se refere?! Não há especificações de posições! Se dirige a todo homem de um modo geral. Seja um membro leigo, obreiro, diácono, presbítero, evangelista, pastor, etc. Em outra passagem, o apóstolo Paulo aconselha:
"Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher". (1 Cor 7:1)
E Paulo ainda diz mais claro:
"Contudo queria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um deste modo, e outro daquele. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu". (1 Cor. 7:7,8)
O apóstolo não dita regras. Nem que deve, nem que não se deve casar. Ele mesmo aconselha também que se não consegue conter-se, que se case, por causa da prostituição. Mas se refere ao "homem", e ainda diz mais claro, a "todos os homens". Independente de ser pastor ou não. Como alguns ainda tem a ousadia de dizer, que nestes casos, não pode ser pastor? Por ser solteiro?? Em qual passagem bíblica isso é especificado??? Porque se houver algum "porém" nas passagens que Paulo diz que queria que o homem não tocasse em mulher, que "porém" haverá para o "homem" que examina a si próprio em 1 Cor. 11:28? Isenta pastores ou algum cargo ministerial de examinar-se antes da ceia?! Se não isenta, então fica evidente que homens que ainda não tocaram em mulheres não estão isentos de serem pastores!
"Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério". (1Timóteo 1:12).
"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno". (1 João 2:14)
"Entäo eu disse: Ah, Senhor Deus! Eis que näo sei falar, porque ainda sou uma criança. Mas o Senhor me disse: Näo digas: Eu sou uma criança, porque a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo quanto te mandar, falarás". (Jeremias 1:6,7)
"Então disse o Senhor a Samuel:...Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei. Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Então disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo". (1Sam 16:1,11,12)
Quando Davi foi enfrentar Golias, o filisteu, Saul lhe deu uma palavra nào muito animadora pra quem ia enfrentar um gigante: "Saul, porém, disse a Davi: Não poderás ir contra esse filisteu para pelejar com ele, pois tu ainda és moço". (1 Sam 17:33)
A vitória de Davi contra Golias não dependia do seu estado civil. Ter uma esposa é uma bênção! Ela pode ajudar e muito ao seu esposo que está a frente das batalhas que há no ministério pastoral. Mas esta não é a razão de seu ministério ser vitorioso ou não. Quando Jesus afirmou: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". (João 10:11)
Ele não disse: "O bom pastor é aquele que é casado...que tem uma esposa..." Mas que o bom pastor, ou seja, o verdadeiro pastor, é aquele que se compromete com as suas ovelhas, que dá a vida pelas ovelhas. Acerca de casar ou não, Paulo é bem claro: "Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher". (1 Cor. 7:1)
Como lemos mais a cima, o termo "homem" na Bíblia se refere a todos os homens, independente de ter ou não cargo ministerial.
No livro de êxodo, apesar de Moisés ter casado com Zípora, que diferença fazia uma esposa em sua jornada pelo deserto? Na travessia do Mar Vermelho?? Moisés ficava até 40 dias no monte, como nos relata as Escrituras. Haveria maior dificulade para um solteiro?! Ou muito mais para um casado???
Mas se analisarmos bem, a grande maioria dos que criticam os pastores solteiros, sofrem de uma insegurança muito grande. Principalmente se o pastor tiver uma boa aparência, surge um medo muito grande da esposa o "trair com o pastor". Mas esse já é um outro motivo para a rejeição a um pastor solteiro. Para o azar destes apologistas do matrimônio, os inúmeros casos de adultério com pastores casados tem decepcionado suas teorias. Uma pena! Quando o apóstolo Paulo aconselha: "Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu".
(1 Cor. 7:8)
Ele não dita isso como uma regra moral coletiva, mas pela disponibilidade para a obra de Deus. quanto mais tempo para a Seara, melhor. Ele mesmo completa mais abaixo: "Mas, se não podem conter-se, casem-se". (1 Cor. 7:9)
Ele não diz: "Mas se quiser ser PASTOR, que se case". Não! O fator é: "se não podem conter-se, casem-se". Alguns talvez questionem: "-Mas como um pastor consegue ficar solteiro?" Ora, se eu "posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13), porque questiono o fortalecimento na vida de um pastor que é solteiro?! Ou os jovens da mocidade também não podem aguardar o casamento e vivem caindo uns com os outros durante o namoro e noivado?? Não é uma situação que também requer vigilância?!
Será que um pastor que por acaso vier a ficar viúvo, tem que ser imediatamente retirado do cargo??? Ora, afinal ele vai ficar como um solteiro. Deve ser "desconsagrado" do ministério pastoral?! Assim como o jovem solteiro, o pastor viúvo não teria graça, unção e fortalecimento do Senhor para pastorear?! Alguns acham pecado um pastor ser solteiro, mas não acham pecado sair de casa para a igreja brigados com a esposa, e ainda ministrar a Santa Ceia. Uma realidade que acontece todos os dias, em todos os lugares, em qualquer igreja. Seria isso menos pior que um pastor ser solteiro?!
Se Davi foi ungido Rei ainda mancebo, se venceu Golias ainda moço, detonando a sabedoria de Saul, se Samuel foi chamado aos doze anos de idade, se Jeremias se achava uma criança e recebeu as ordens do Senhor, se Paulo viveu sozinho e cumpriu seu ministério, então está claro que um pastor pode ser solteiro sim, e ser um excelente pastor, um vitorioso, mais que vencedor, em nome de Jesus Cristo.
"Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor, mas quem é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar a sua mulher, e está dividido".(1 Cor.
7:32-34)
Divorciados podem ser Pastores?
O que é o esposo de uma só mulher? Há três interpretações possíveis para “esposo de uma só mulher” em 1 Timóteo 3:2 – “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
(1) Talvez essa passagem esteja dizendo apenas que um polígamo não é qualificado para ser um pastor/ presbítero/ diácono. Essa é a interpretação mais literal da frase, mas aparenta ser improvável já que poligamia era bem rara durante a época que Paulo estava escrevendo.
(2) A frase também pode ser traduzida como “homem de uma mulher só”. Isso indicaria que um bispo deve ser completamente leal à mulher com quem é casado. Essa interpretação se focaliza mais em pureza moral do que em estado civil.
(3) Essa frase também pode estar declarando que para ser um pastor/presbítero/diácono, um homem só pode ter sido casado uma vez, com exceção do caso de um viúvo que se casou de novo.
As interpretações (2) e (3) são as mais prevalentes hoje. Eu tenho a tendência de aceitar a interpretação número 2, primeiramente porque a Bíblia aparenta permitir o divórcio em circunstâncias excepcionais (Mateus 19:9; 1 Coríntios 7:12-16). Também é importante diferenciar entre um homem que era divorciado e casou de novo antes de se converter de um homem que se divorciou e casou de novo depois de se converter. Eu não acho que um homem que seja qualificado em todas as outras áreas não pode exercer liderança na igreja por causa das ações que cometeu antes de vir a Cristo como Salvador. Apesar de não acreditar que 1 Timóteo 3:2 exclua necessariamente um homem divorciado ou casado de novo de ser um pastor/presbítero/diácono, há outros problemas a serem considerados.
A primeira qualificação de um pastor/presbítero/diácono é que ele seja irrepreensível,(1 Timóteo 3:2). Se divórcio/ novo casamento resulta em um pobre testemunho para aquele homem em sua igreja ou comunidade, talvez a qualificação de ser “irrepreensível” o exclua, ao invés da exigência de “esposo de uma só mulher”. Um pastor/presbítero/diácono é para ser um homem do qual a igreja e comunidade podem se orgulhar e ter como exemplo de um líder que é como a Cristo e tem liderança religiosa. Se seu divórcio/ novo casamento detrata desse objetivo, talvez ele não deva exercer a posição de pastor/ presbítero/diácono. É importante lembrar, no entanto, que só porque um homem é desqualificado de servir como um pastor/presbítero/diácono, que isso não significa que ele não é um membro valioso do Corpo de Cristo. Todo Cristão possui dons espirituais (1 Coríntios 12:4-7) e é chamado para edificar outros crentes com seus dons (1 Coríntios 12:7). Um homem que é desqualificado da posição de pastor/ presbítero/diácono ainda pode ensinar, pregar, servir, orar, louvar e fazer uma parte importante da liderança da igreja.
Perfil de um homem de Deus
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Era homem de profunda piedade e discernimento espiritual, inteiramente dedicado à realização dos propósitos de Deus referentes a Israel (...) Foi chamado para guiar a Israel em algumas das maiores crises de sua história, e chega quase à estatura do próprio Moisés. Sem qualquer vontade de sua parte, viu-se no papel de ‘fabricante de reis’, pois foi comissionado a ungir a Saul, o primeiro rei, então a Davi, o maior dos reis de Israel.
É justamente dessa vida de que vamos pintar alguns traços para compor o perfil de um homem de Deus.
1. Chamada
Ninguém pode se apresentar onde quer que seja como homem de Deus a não ser que tenha sido chamado. E quem chama é o próprio Deus: "Rogai, pois ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".(Mat 9.38). Foi assim com Abraão:"Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei".(Gn 12.1); foi assim com Moisés:"Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tires do Egito o meu povo, os filhos de Israel".(Êxodo 3.10); foi assim com Paulo: "mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer".(Atos 9.6). O homem de Deus tem uma inequívoca chamada de Deus" Samuel! Samuel! Ao que respondeu Samuel: Fala, porque o teu servo ouve"(1Samuel 3.10). Você se lembra do dia em que Deus o chamou?
2. Preparo
Quando Deus chama alguém para uma tarefa específica na sua seara, Ele mesmo provê o preparo necessário. Às vezes, antes da própria chamada, como ocorreu com Moisés (na casa de Faraó), com Paulo (aos pés de Gamaliel). O homem de Deus precisa de preparo, e na vida de Samuel percebemos esse traço bem delineado:"Samuel, porém, ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino..." (1Samuel 2.18);"Entrementes, o menino Samuel crescia diante do Senhor, como também diante dos homens"(1Samuel 2.26). É interessante notar que Lucas, ao descrever o crescimento de Jesus, praticamente copia este último verso (Lucas 2.52). O preparo de Samuel foi integral: compreendeu teoria e prática. E o seu preparo, como tem sido?
3. Trabalho
Este traço na vida de Samuel extrapola o seu tempo:"Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. De ano em ano rodeava por Betel, Gilbal e Mizpá, julgando a Israel em todos esses lugares. Depois voltava a Ramá, onde estava a sua casa, e ali julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor"(1Samuel 7.15-17). Nestes tempos de ativismo é bom prestar atenção a essas palavras. O texto deixa claro que Samuel, embora trabalhasse todos os dias, era um homem organizado. Seu trabalho submetia-se a um planejamento anual. Será que temos conseguido planejar nosso trabalho pelo menos pra uma semana? O homem de Deus precisa ser devotado ao trabalho:"Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar".(Josué 9.4).
4. Fé
O quarto traço que pretendo avivar neste perfil do homem de Deus é a fé. Sem fé a chamada perde todo o seu sentido; sem fé, o preparo é incompleto; sem fé, o trabalho é infrutífero:"Ora, sem fé é impossível agradar a Deus"(Hebreus 11.6). O homem de Deus precisar ser, necessariamente, um homem de fé. Samuel o foi. A casa de Israel estava afastada de Deus e entregue a toda a sorte de idolatria. Os filisteus eram ameaça iminente. Diante dessa situação caótica Samuel reúne o povo para dizer que a esperança está em Deus. Começa com uma condição:"Se de todo o vosso coração voltais para o Senhor” e conclui com uma promessa: “ele vos livrará da mão dos filisteus" (1Samuel 7.3). O povo aceitou o desafio, voltou-se para Deus, confessando seu pecado e livrando-se dos ídolos. O inimigo veio com toda a sua fúria, enquanto o povo mais se aproximava de Samuel:"Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós para que nos livre da mão dos filisteus (1Samuel 7.9). Indiferente ao ataque do inimigo, Samuel ofereceu um cordeiro em holocausto, clamou ao Senhor, e o Senhor honrou a sua fé:"Enquanto Samuel oferecia o holocausto, os filisteus chegavam para pelejar contra Israel; mas o Senhor trovejou naquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os aterrou; de modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel"(1Samuel 7.10). O homem de Deus precisa não somente de fé; é necessário que ele viva a sua fé, diante do povo.
5. Transparência
Mais do que em qualquer outra época o ministério precisa de transparência. Vivemos numa época de golpes, de falcatruas; estamos no tempo em que a lei é levar vantagem em tudo. Nunca a figura do pastor foi tão aviltada, até porque está muito difícil estabelecer a diferença que existe entre pastor e pastor. Na vida de Samuel o texto fala por si só:"Eis-me aqui! Testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho oprimido? ou da mão de Deus tenho recebido suborno para encobrir com ele os meus olhos? E eu vo-lo restituirei. Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém. Ele lhes disse: O senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que respondeu o povo: Ele é testemunha"(1Samuel 12.3-5). A vida do homem de Deus deve ser marcada pela transparência: ampla; geral; irrestrita.
6. Amor — Na composição do perfil de um homem de Deus, sem dúvida, o amor é um traço de todo indispensável. Aliás, o traço do amor, de tão importante que é, não sobressai, justamente porque, estando presente em todos os demais, confunde-se com eles. A vida de um homem de Deus é uma vida de amor. Assim é que, na vida de Samuel, não vou destacar um momento caracterizado pelo amor. A sua vida inteira foi uma vida permeada pelo amor."Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida"(1Samuel 7.15). Se você quer ser um verdadeiro homem de Deus, comece por amar o povo.
7. Humildade
Para completar este perfil em que estamos trabalhando, vamos pinçar o sétimo e último traço, característico da vida de Samuel — a humildade. Se o homem aceita o desafio da chamada, adquire o preparo necessário e se dedica ao trabalho com fé, transparência e amor, com certeza Deus vai atuar grandemente em seu ministério, e é aí que ele vai ter que demonstrar toda a sua humildade. Embora seja tentado, a cada momento, a achar que é ele quem está realizando uma grande obra, não pode perder de vista o fato de que é Deus quem realiza, através da sua instrumentalidade. Se porventura há honra, glória, louvor, tudo deve ser dirigido única e exclusivamente a Deus. A postura do homem de Deus é aquela recomendada pelo Mestre: “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somo servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer"(Lucas 17.10). Foi a atitude de Samuel. Embora a sua atuação tenha sido decisiva na derrota dos filisteus, ele fez questão de deixar bem claro para o povo que todo o mérito pertencia ao Senhor. “Então Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e lhe chamou Ebenézer; e disse:"Até aqui nos ajudou o Senhor"(1Samuel 7.12). Você é um homem de Deus? Como está hoje o seu perfil? A minha oração neste seu dia é que o povo tenha condição de dizer a seu respeito:
"Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e ele é muito considerado; tudo quanto diz, sucede infalivelmente. Vamos, pois, até lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir"(1Samuel 9.6).
Pastores Aprovados por Deus
Há pastores na maioria das igrejas. Muitas pessoas almejam o cargo de pastor. Biblicamente, a função dos pastores é cuidar do rebanho (igreja) de Deus (veja 1 Pedro 5:1-2; Atos 20:28). Como servos de Deus, os verdadeiros pastores mostrarão a sua preocupação com a vontade do Senhor, fazendo e ensinando o que ele diz.
Este estudo, necessariamente, se baseia na Bíblia. O referido estudo é para ajudar pessoas honestas a servirem melhor ao Senhor Deus de Israel. como a única fonte de informações sobre a vontade dele. Não tenho nenhum motivo para defender nem atacar qualquer pessoa ou organização religiosa. Meu propósito é bem simples: servir a Deus e ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Sem dúvida, este estudo não agradará a todos. Da mesma maneira que o ensinamento de Jesus desafiou os líderes religiosos de sua época, a palavra dele exige mudanças radicais por parte dos líderes de muitas igrejas hoje. Não podemos forçar ninguém a mudar, mas podemos e devemos avisar sobre o perigo de seguir a sabedoria humana (leia Provérbios 14:12; Isaías 55:6-9; Jeremias 10:23; Ezequiel 3:18-21). Eu sei, de antemão, que este estudo vai contrariar os ensinamentos e as práticas de muitos pastores e de muitas igrejas. Mas, eu não posso servir a Deus e agradar a todos os homens (Gálatas 1:10). Peço que você aborde o assunto com mansidão e o desejo de aprender a aplicar a palavra do Senhor. "Portanto, despojando_vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai_vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando_vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha_se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem_aventurado no que realizar" (Tiago 1:21-25).
Pastores/anciãos no Velho Testamento
No Novo Testamento, o evangelho de Cristo, fornece o padrão para a igreja de hoje (João 12:48-50; Hebreus 8:6-13; 2 João 9; Colossenses 3:17). Mas o Antigo Testamento contém exemplos instrutivos que ajudam para entender a vontade de Deus (1 Cor. 10:1-13; Romanos 15:4). No Velho Testamento, encontramos líderes entre o povo de Israel chamados, às vezes, anciãos (o sentido da palavra presbítero no Novo Testamento). Os anciãos das cidades israelitas resolveram problemas que surgiram entre as pessoas (Deuteronômio 21:2,19; 22:15-17; Rute 4:1-11). Quando não conduziram o povo no caminho de Deus, ele cobrou: "O Senhor entra em juízo contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está em vossa casa. Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis a face dos pobres? —diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 3:14-15). Deus condenou os pastores gananciosos que não compreenderam a vontade dele e conduziram o povo ao pecado (Isaías 56:9-12). Jeremias transmitiu as palavras do Senhor sobre pastores maus: "Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos" (Jeremias 10:21). "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! —diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o Senhor" (Jeremias 23:1-2).
Pastores nas igrejas do Novo Testamento
No Novo Testamento, encontramos muitas referências aos pastores/presbíteros/ bispos. Descobrimos em Atos 20:17 e 28 que esses três termos se referem aos mesmos homens (veja, também, 1 Pedro 5:1-2, onde os presbíteros pastoreiam). Não temos nenhuma base bíblica para usar o termo "bispo" para descrever um cargo, "pastor" para outro e "presbítero" para ainda outro. Pastores, bispos e presbíteros são os mesmos servos. Lendo o livro de Atos, achamos vários versículos que mencionam presbíteros: na Judéia (11:30); em cada igreja na Ásia Menor (14:23); em Jerusalém (15:2,4,6,22,23; 16:4); da igreja em Éfeso (20:17,28) e, mais uma vez, em Jerusalém (21:18). As epístolas, também, se referem aos homens que pastoreavam as igrejas: "pastores e mestres" (Efésios 4:11); "bispos" em Filipos (Filipenses 1:1); "o presbitério" (1 Timóteo 4:14); "presbíteros que há entre vós" (1 Pedro 5:1; aqui aprendemos que Pedro era presbítero, um dos dois apóstolos assim identificados (2 João 1 e 3 João 1).
O trabalho dos presbíteros inclui várias funções importantes: pastorear (Atos 20:28; 1 Pedro 5:2); ensinar (Efésios 4:11-16; Tito 1:9); ser modelos (1 Pedro 5:3); presidir (1 Timóteo 5:17); vigiar (Atos 20:31); velar por almas (Hebreus 13:17); guiar (Hebreus 13:17); cuidar/governar (1 Timóteo 3:5); ser despenseiro de Deus (Tito 1:7); exortar (Tito 1:9); calar os enganadores (Tito 1:9-11); etc.
Observamos em todos os exemplos bíblicos que as igrejas que tinham presbíteros sempre tinham mais de um. Seja em Jerusalém, Éfeso, Filipos ou outro lugar, sempre fala dos presbíteros no plural. A prática comum nas igrejas de hoje, de ter um só pastor numa congregação, não tem nenhum fundamento bíblico.
As qualificações bíblicas de pastores/presbíteros/bispos
Paulo cita as qualificações dos bispos/presbíteros em duas cartas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). A linguagem dele deixa bem claro que ele não está dando meras sugestões, e sim requerimentos. Em 1 Timóteo 3:2 ele diz: "É necessário, portanto, que o bispo seja...." Tito 1:7 diz: "Porque é indispensável que o bispo seja...." Antes de examinar as qualificações em si, vamos entender bem esse ponto. Os requerimentos que encontramos nesses dois trechos são qualidades que o Espírito Santo revelou, através de Paulo, como exigências. Para servir como presbítero, um homem precisa de todas essas qualidades. Ninguém tem direito de apagar nenhum "i" ou "til" do que Deus falou aqui.
Agora, vamos ler o que o Espírito falou nessas duas listas paralelas (bem semelhantes, mas não exatamente iguais).
"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).
"Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tito 1:5-9).
Leia esses trechos com bastante atenção. Os pastores na sua igreja têm todas essas qualificações? São homens? Casados? Pais de famílias? Com filhos crentes? Conhecedores da palavra? Hospitaleiros? Respeitados por todos? Irrepreensíveis? Professores capazes? Amigos do bem? Têm todas as outras qualidades citadas aqui? Homens com todas essas qualificações são uma grande bênção ao povo de Deus, e serão extremamente úteis nas igrejas locais onde servem como presbíteros. Mas, pessoas que não têm essas qualificações não são autorizadas por Deus a serem pastores. A igreja que escolhe pessoas não-qualificadas como bispos está desrespeitando a palavra de Deus. Pessoas não-qualificadas que aceitam o cargo de pastor estão agindo contra o Supremo Pastor. Presbíteros não-qualificados que continuam nesse papel estão violando a palavra de Deus.
É notável que essas passagens não falam nada sobre escolaridade, cursos superiores, cursos de teologia, diplomas, certificados de seminários, etc. Muitas igrejas têm colocado tais coisas como seus próprios requerimentos, deixando de lado as exigências de Deus.
Desafios atuais
O propósito é desafiar cada leitor a estudar mais, procurando entender bem o que Deus revelou sobre liderança na igreja. Mas, não é o bastante ouvir a palavra. Tem que praticá-la (Tiago 1:22-25). Se você, ou a igreja onde você congrega, esteja agindo de forma errada, há uma solução só: arrepender-se e começar a obedecer ao Senhor. Pastores não-qualificados devem renunciar ou serem removidos do cargo, para não trazer a ira de Deus sobre a igreja. E se sua igreja insiste em manter pastor(es) não aprovado(s) de Deus, você terá que escolher entre Deus e os homens (Mateus 15:9; Josué 24:15). Tal igreja está desordenada (Tito 1:5) e não procede como deve (1 Timóteo 3:15). Igrejas que ainda não têm presbíteros devem encorajar todos os homens a se desenvolverem espiritualmente para serem qualificados, se possível, no futuro.
É bem provável que alguns leitores, especialmente os que fazem parte da liderança de algumas denominações, não gostarão deste artigo. Não aceite nada que vem de mim ou de qualquer outro homem; mas não rejeite nada que vem de Deus. "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo" (Gálatas 1:10).
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